quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ouvindo, falando e se irando

Já de muito sabemos que o ouvir é uma arte que poucos possuem. Aqui, falamos do ouvir com atenção, com calma, valorizando o falante e o emissor da mensagem. Remetemos-nos à qualidade de se ouvir sem pretensão ou pré-conceitos. Através de uma boa “ouvida” na hora certa (da pessoa certa), poderemos aprender coisas inimagináveis; poderemos melhorar a nossa fala, nossa escrita; poderemos até mesmo decidirmos mudar de profissão, de ramo, de vida. A Bíblia diz que a fé vem inclusive, pelo ouvir da Palavra de Deus (Rm 10,17). Todo homem pois, seja pronto para ouvir.

Ah, mas num mundo onde quem tem boca vai a Roma, fala o que quer e se não se comunica se trumbica – falemos! O problema é que demais, sobre tudo e todos e assim temos grandes chances de falarmos o inútil e fútil. Todos nós sabemos que a comunicação é importantíssima e que a fala é um dom exclusivo dos seres humanos. Todavia, deveríamos antes de falar, questionarmos retórica e internamente: será que é hora de dizer isso? Será que trará algo positivo isso o que eu irei falar? Será que realmente tenho certeza disso que irei dizer? E tantos outros “serás que” já muito conhecidos por nós. Até porque a palavra, a seu tempo, quão boa é – comparável as maçãs de ouro em salva de prata (Pv 15,23 e 25,11). Portanto, falemos! Todavia, na forma, no momento e no local apropriados.

A ira pode ser entendida como uma característica negativa e até mesmo pecaminosa, destinada apenas aos perversos e aos que não tenham um coração dominado pela verdade de Deus. Contudo, a Bíblia não nos corrige ou ainda busca proibir a manifestação de nossa ira, assim como também logicamente não a exalta nem a incita. É claro que a raiva exacerbada, que gera aquele desejo de vingança, é concupisciência concebida e assim pecado. Porém, preferimos acreditar em dois caminhos para a tal da ira: primeiro, que ninguém está sempre, todos os dias e 24 horas por dia, calmo, tranquilo e com domínio próprio. Todavia, não concordamos também com a idéia de que estejamos sempre e em todos os momentos com pavios curtíssimos, como homens-bombas suicidas, prontos para (por qualquer motivo grotesco) explodir. A solução, que não chega a ser nenhuma mágica de auto-ajuda, ou algum tipo de terapia ocupacional salvadora, está relacionada, acreditamos nós, à subjetividade.

Assim, conforme amadurecermos na fé e assim na vida – porque só existe vida na minha fé se existir fé na minha vida – passaremos a nos conter mais e entendermos que será sempre muito melhor para nós, “segurarmos” o nosso espírito, e termos domínio próprio.

É verdadeiramente impressionante que muitos digam ter vários dons, tais como palavra de sabedoria, interpretação de línguas, visões blábláblá e blábláblá; mas num primeiro instante de discordância, manifestam um espírito que nada tem de concordância com o Espírito de Deus. São crentes meia-boca, fajutos, forjados; que se dizem santos e não o são; que profetizam de si próprios dentro do templo e quando chegam ao estacionamento e veem seus carros sendo impedidos pelo de outros crentes, se iram com uma incrível facilidade digna de crianças mimadas. Será a pressa em assistir “Toma lá da cá”? Ou o finzinho do “Fantástico”?

Portanto meus amados irmãos, como diria o Kara mais inteligente da Bíblia (depois de Jesus): sejamos PRONTOS para OUVIR, TARDIOS para FALAR e TARDIOS para se IRAR (Tg 1,19).

Só vitória no Cristo que nos dá o HOJE, para que OUÇAMOS a sua voz SEMPRE!

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