sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Desleixo e confiança

Deixar de lado pode significar descartar e quase sempre é entendido como o resultado de algum relaxamento, desprezo; desleixo. É não dar muita atenção para algo ou alguém - é desprezar qualquer tentativa e iniciativa de esforço em prol de algo. Desleixado é quem despreza o cuidado a qualquer coisa.

Agora, dialeticamente uns entendem como confiança e fé todo esse desleixo. Para estes, deixar de lado é confiar. Ignorar e desprezar o esforço é manifestar confiança de que SE o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. É entender que existem "n" coisas que fogem à nossa limitadíssima alçada de controle e assim simplesmente aceitar, acatar e assimilar, que sem Deus nada podemos fazer.

Confiar é conseguir perceber que em algumas vezes seremos tidos por desleixados; quando na verdade já tivermos esgotadas todas as nossas energias, numa frágil tentativa de fazer o melhor. E aí (e só aí) quando não por descuido ou desleixo, mas por terem se acabado todas as chances, expectativas, oportunidades e caminhos que confiamos, que algo, de fato, acontece.

Desta forma, desleixo é transformado em deleite e o que deveria ocorrer, sempre ocorre. Desleixemnos então, deleitosamente confiando em Deus!

Porque as coisas que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para aqueles que o amam..." (I Co 2,9)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"comemorável"

Dentre os neologismos “áveis e íveis” mais frequentemente utilizados como forma de adjetivos, tais como bebível, comível, comprável, etc – temos o extremamente bom, comemorável. Aqui o utilizo conotativamente como uma palavra formada pela aglutinação dos verbos comer e memorar; se bem que podia ser referente ao verbo comer e ao adjetivo memorável.

Tive o privilégio e o prazer de memorar ótimos momentos nesta última semana. Minha memória certamente terá como memorável cada sorriso, abraço e gesto de respeito, admiração e companheirismo que só me fazem desejar memorar cada vez mais.

Completamente contrário ao que costumam dizer por aí, que o que é bom dura pouco; tive três bolos!!! Em momentos e com pessoas diferentes. Mas talvez digam isso porque as ditas datas festivas durem apenas 24 horas – é assim com o natal; os dias dos pais, mães e namorados; os aniversários de casamento e namoro e principalmente os nossos aniversários.

Todavia, quando se existe expectativa sobre o nosso levantar de cada manhã, ainda que a causa de levantarmos não nos pertença – todos os dias se tornam especiais; a semana se torna diferente; o mês, inesquecível e o ano verdadeiramente digno de ser memorizado para sempre e se viável fosse, de se erigir um memorial. Porque não é o dia da comemoração que a faz inestimável, mas as pessoas que conosco comemoram; não são aquelas rápidas 24 horas que fazem o dia ser tão bom, mas cada segundo, minuto e hora de cada dia, semana e mês, que delicadamente compuseram com riqueza de detalhes cada instante único, inédito e exclusivo de nossa abençoada existência.

Fiz apenas mais um ano de vida, mas os motivos comemoráveis são milhares! A todos vocês, verdadeiros amigos, dos quais alguns temporariamente são chamados de alunos – meu muito obrigado por tudo o que vocês têm ensinado a mim, o dito professor; aos meus outros amigos, parceiros, irmãos; mãe e “Vida”; simplesmente obrigado por me fazerem hoje ser alguém bem melhor do que ontem, e ciente de estar bem distante ainda do ideal.

E a ti meu pai, autor da vida e razão sublime da minha existência; caminho perfeito e gracioso amigo. A ti, aqui escrevo apenas para que aqueles que leem, “memorem”, pois eu bem sei que pela tua incomparável graça, tu sempre me ouves.

Só vitória!