quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Que em 2010 você...

Sonhe mais - é de graça mesmo.

Viva mais - sem querer ser chato: um dia vc morrerá...

Faça listas de milhões de coisas para fazer neste novo ano: mas tente fazê-las mesmo.

Tente ouvir mais seus pais - eles nem sempre estarão aqui - se eles já não estiverem, ouça mais ou seus filhos: você nem sempre estará aqui. E se tiver o privilégio divino de ter pai e ser pai, ou de ser mãe e ter mãe - ouça a todos...

Veja mais filmes - alguns de pensar, outros só para rir; alguns complicados de suspense, outros de roteiros elaboradíssimos, mas assista! Só não assista a vida, só não assista o crescimento de seus filhos, só não assista as paisagens: PAR-TI-CI-PE!

A passagem de um ano para outro é só uma questão de cronômetro - é só questão de calendário; é só uma questão de ponteiros de segundos que mudam. Dessa forma, não caia no ridículo de se prometer absurdos provocados pelo álcool ou por algum delírio - você não precisa de um 31 de Dezembro para ser um homem melhor - aliás você não precisa de nada EX para ter um IN melhor.

Pense sempre em fazer o melhor possível para o próximo, ainda que você ache que nem todos mereçam ou deem valor - nem todos dão valor mesmo e dependendo da sua ótica, quase ninguém mereceria - aqui está o dom e o milagre de poder fazer o bem: ajudar quem vc egoisticamente acha que não merece e a quem você sabe que sequer lhe agradecerá.

Comece novos projetos, repense os antigos; leia mais livros, escute mais músicas; sorria impreterivelmente mais do que se "emburre" e ignore os chatos de plantão e os profetas do apocalipse.

Seja mais sincero em suas orações. Não grite tanto, nem seja tão repetitivo - Deus não é surdo, nem burro. Mas ore!

A-CRE-DI-TE que a VIDA pode ser maravilhosa! CREIA! SINTA! RESPIRE!

Lembre-se de quando você andava a pé e nem imaginava como teria um carro e hoje tem; lembre-se de quantas contas você fazia e se enlouquecia tentando imaginar como fazer para ter o seu "cantinho" e hoje você tem. De como vc esperava para ter o amor da sua vida, e hoje? E hoje vocês tem. Agora, se você ainda não tem carro, nem um cantinho, nem um amor, continue acreditando e valorizando cada passo que você dá, com a certeza de que "vc tem dois pés para cruzar a ponte"! TENTE OUTRA VEZ!!!



SÓ VITÓRIA!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Sonho (IM)possível

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

Os impossíveis sonhos são sempre os melhores
Ceder e vender são regras – lhes convido às excessões: Lutar e negar!
Sofrer, romper, voar e tocar o sofrimento produz paz; o rompimento, por mais dolorido que seja, fornece novas perspectivas; o voo nos faz sentirl livres e o toque, concretiza a certeza do milagre da vida.

Nossa lei, nossa questão, nossa regra de paixão é virar esse mundo – é voltar a protestar- onde estão os Luteros, os Calvinos, com todos os seus defeitos e dúvidas, mas com todas as suas impaciências que produziam crescimento?

Que o mundo possa ver, ao findar, uma flor brotar da terra gelada que me cobrir...

Só vitória, sempre!

Composição de J.Darion, M.Leigh e Ruy Guerra; com conclusão intrometida minha

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A VERDADE, DE ONDE QUER QUE VENHA, SERÁ SEMPRE VERDADE...

Na preguiça desta tarde ensolarada, segue alguns “toques” interessantes para o nosso agora – estado passageiro de nossa existência. Lembre-se: “ESTAMOS” sempre, mas quase nunca “SOMOS”. Só vitória!

Medicação preventiva

Pense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de um estressado sem direção.

Use a coragem, sem abuso. O corajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente. Nada com abuso é bom ou útil.

Observe os seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturbação e desânimo. Veículos porque não apenas se sentem perturbadas ou cabisbaixas, mas porque insistem em repassar com extrema competência, tais sentimentos a outros.

Proceda com inteligência em todas as situações. Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros velhacos.

Seja forte na luta de cada dia. Não esqueça, contudo, que muitos companheiros valentes são suicidas inconscientes; verdadeiros mortos vivos.

Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez, não adote a precipitação.

Não enfrente perigos, sem recursos para anulá-los. O que consignamos por desassombro, muita vezes é loucura.

Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor não consiste em vencer, de qualquer modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico da perseverança e da fé.

Tenha bom ânimo, mas seja comedido em seus empreendimentos. Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos.

Atenda a afabilidade e a doçura em seu caminho. Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis. Vivemos muito pouco para vivermos menos ainda, desperdiçando vida com quem já está morto e só de morte fala.


Extraído de Chico Xavier, que disse tê-la psicografado de André Luiz; com algumas adaptações minhas...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Esvaziando e aprendendo

Inventei
um jeito novo de viver a velha vida

Acreditei que a forma mais fácil seria
descomplicar tudo e simplificar sempre

Simplesmente não quero entrar em discussões

Embora isso não seja muito sábio – às vezes
um bom berro é mais do que necessário e a omissão
desculpada de pacifismo atrapalha tudo

Na verdade não inventei coisa nenhuma
não há nada de novo no mundo e um dia
traz outro dia, que traz o outro e o outro e assim vai

Conseguir achar graça em toda essa rotina de sol e chuva,
tarde e manhã, é que é difícil e aos que conseguem acham a verdadeira graça
de existir

Da mesmice nossa de cada dia,
tirar a alegria escondida do sorriso que esqueceu de vir
E da discussão idiota de sempre.

Não dizer eu te amo num dia é perder tempo com coisas menores.
Não esqueça jamais de que qualquer coisa, por maior que seja, é
bem menor do que o amor.

Mas também dizer eu te amo para quem não se ama é
perder tempo duas vezes: consertando depois o mal dito e ouvido
e buscando fazer o relativismo correto: amar ao próximo.

O mais interessante nisso tudo é que o tal de Jesus disse:
Amai ao próximo e não amai a todos – o que realmente será que Ele quis dizer com isso?

Talvez que devamos amar apenas alguns e não todos. Será? Ou Ele não disse isso querendo que as pessoas entendessem que para amar, quem quer que seja, é preciso primeiro, que este seja próximo de mim?

Quando se sentir distante de Deus, tenha certeza: está faltando amor. O remédio? AME! Está faltando o que amar ou a quem amar? SE APROXIME! Está faltando tempo para proximidade? SE ESVAZIE! Não se esqueça de que quando estamos já cheios de tudo e todos, não podemos receber mais nada, a não ser que nos esvaziemos!

Recomece, volte, “zere”, se refaça, reaprenda, se reinvente e faça o favor para você mesmo: deixe de ser tão chato assim – a casa agradece.


A busca de si próprio é a maior procura do ser humano. Aqueles que se refugiam do mundo, fracos são. Os que se abstêm de si mesmos, inconstantes. Mas os que se acham no recanto silencioso do encontro de sua alma com Deus, acharam a vida...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Difíceis perguntas que requerem simples respostas...

Como saber se estou bem perto de Deus? Íntimo dele o suficiente?

Ninguém jamais está longe de Deus, partindo do pressuposto de que Ele em todo lugar está. Ninguém jamais estará suficientemente íntimo de Deus, uma vez que tal intimidade traduz conhecimento pleno do outro – e de Deus conhecemos o que Ele permite, deseja e induz e isso é mais do que o suficiente para nós, mas não o suficiente acerca dEle.

Agora, uma resposta de fé e bem simples diria apenas o que eu costumo insistentemente encher os ouvidos dos meus compreensivos alunos: o melhor termômetro para se saber o quanto estamos íntimos de Deus e verdadeiramente envolvidos por sua presença, em nada tem a ver com o terno que usamos, o carro que temos, a casa própria onde moramos; muito menos tem a ver com a quantidade de pulos que damos, línguas estranhas que garantimos falar ou ainda arrepios que insistimos em dizer que são resultados diretos de Deus presente em nossas vidas. Gritos, arrepios e pulos também sentimos e fazemos nas arquibancadas do Maraca.

O que realmente serve para medir homens de homens e mulheres de mulheres é a capacidade de se amar mais ou menos que cada um possa ter. Ou seja, o quanto, de fato, amamos é que determinará realmente se há o sangue de cristo correndo pelas nossas veias.

Se ao andarmos pelas ruas e contemplarmos a total desordem, miséria e depreciação da vida existente, nada sentirmos, fato é que estamos muito distantes de Deus. Todavia, se dentro de nós manifestar-se aquele sentimento decepcionante de fraqueza, por podermos fazer tão pouco ou quase nada diante de tantas situações que nos constrangem e levam nossa religiosidade barata ao nível do ridículo, então poderemos ter a convicção de que nos aproximamos um pouco daquilo que Deus deseja que façamos: amar uns aos outros...

Só vitória naquele que nos amou primeiro e para todo o sempre!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PrAzEr AsSaSsInO

Um sentimento estranho me ocorreu na manhã do último sábado ao caminhar um pouco apressadamente para o trabalho e me deparar com uma manchete de jornal (o assunto foi manchete em todos) que celebrava o acerto da PM em salvar a vida da refém das mãos de um sequestrador [sic].

Na mesma hora me veio à mente uma total hipocrisia paradoxa que me fez rir debochadamente para mim mesmo e questionar o quanto somos, digamos assim, inquietos. Nossa inquietude se verbaliza em verborréias desse estilo: somos tão santos de um lado e tão assassinos de outro. Onde estamos então?

Acredito que estamos entre o sentimento moralista exacerbado de alguns, que se dizem ofendidos pelas insinuações sexuais de um comercial de 30 segundos – que passa no intervalo de uma novela das 8 (cheia de belas nádegas de fora) e a alegria e a vibração por uma pessoa de 25 anos de idade ter sido executada por um atirador de elite (!?), numa reportagem que passou numa tarde inteira.

Somos tão esquisitos como humanos que ao mesmo tempo em que uma velhinha achando normal que a neta dela fizesse apenas sexo (sem compromisso) com um bonitão, famoso e rico nos incomoda tanto; e em nada nos incomoda ver um perdido sendo executado diante das câmeras.

É óbvio que a refém em questão não era minha irmã, minha filha, minha mãe ou esposa e por isso meu julgamento é de camarote e assim, com certeza, limitadíssimo – e é justamente por isso que tento não fazê-lo de maneira tão desproporcional. Todavia, também o marginalizado em questão nada meu pôde ser – embora nosso pai tenha sido o mesmo, não tive a oportunidade de chamá-lo irmão. Falha mais nossa do que dele certamente.

Não é a vida que deve reinar sobre a morte e o perdão sobre a severidade de uma justiça injusta? O fato de nossos policiais, os incorruptos, ganharem mal, não justifica em nada a execução. Ou justifica?

Todavia, nossa demagogia e nosso sentimento forjado de pureza podre, nos fazem aplaudir a morte em detrimento da vida. Sim, porque há mais vida no sexo do que no assassinato. Não na vida daquele sexo do comercial, mas a morte é sim a do assassinato do outro comercial.

O que está acontecendo com a gente? Para onde iremos nós? Preocupados com a poeira da cadeira e deixando nosso esgoto de mentiras no meio da sala!? Eu tive a opção de mudar o canal, se é que de fato me ofendeu tanto assim a “velhinha safada”. O marginalizado perdido de 25 anos só teve uma escolha: a de morrer em silêncio, calado, caído. Morto por um atirador de elite. NÃO ESTOU DEFENDENDO O BANDIDO, muito pelo contrário, estou defendendo a vida e o ser pensante em toda essa história – afinal de contas, se temos um imbecil de um lado, e um da “elite” de outro e o da “elite” age como imbecil, qual o sentido de tudo isso??

Prendamos então os editores das milhares de playboys e revistas do gênero e soltemos todos os atiradores. Afinal, nos incomoda mais uma suposição de sexualidade do que uma execução sumária.

Estamos muito mal das pernas mesmo...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

DIÁLOGO DE CEGOS

- Mas eu continuo sem entender zé Bento, o que pode haver de bão num ônibus lotado, com um tantão de gente suada, pisão no meu pé e eu chegando todo amarrotado no meu trabaio e ainda por cima, vinte minutos atrasado?

- Seu trabaio ué!

- Como assim meu trabaio espertinho? Se eu não tivesse o trabaio!?

- Aí ocê não se amarrotaria trouxa...

- Mas aí eu taria era desempregado né!

- Mas é ocê que disse que acha ruim trabaiá.

- Eu num disse isso. Disse que num gosto de chegar amarrotado, suado e cansado no meu sirviçu.

- Ora, então vai andando uai!

- Mas cumé q’eu vô andando!? Moro longe dimais da joça do trabaio zé! Ocê sabe disso.

- Então mora perto; que aí ocê pode ir andando bem lentamente. Num chega atrasado, nem suado, nem amarrotado e ainda emagrece – que ocê ta precisando um pouquinho né...

- Mas como q eu vou fazer pra morar perto? As coisas não são assim rápidas – quem vai querer comprar minha casa?

- Estou tentando primeiramente resolver o problema do seu trabaio e não da sua casa – será que dá pra esperar – resolver uma coisa de cada vez?

- Ta bom zé Bento. Mas tem mais um porém.

- Diga.

- De apé eu posso pegar chuva e chegar todo moiado no sirviçu.

- E você não conhece o tal de guarda-chuva que criaram já faz séulos?

- Mas eu num tenho guarda-chuva.

- Ora, com o dinheiro que você não vai gastar nas conduções, compre uma sombrinha pra ocê e pronto...

- Ih... acho que isso vai dar muito trabaio. Acho melhor mesmo é sair do trabaio, continuar morando no mesmo lugar e nem gastar com passagem, nem guarda-chuva.

- É florêncio... talvez seja melhor isso mesmo – assim nós continua morando perto. Mas me diz uma coisa.

- Fala Bento.

- Se Ocê num trabalhar, como é que vai comer?

- Era essa a pergunta que eu iria fazer pro’cê – que vê sempre algo bom em tudo – aí pensei: nem preciso perguntar pro zé: creio que o Bento fará questão de me alimentá...

- Tenho que admitir Florêncio: é ocê que sempre vê algo bom em tudo...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Músicas do Mundo, para crentes de outro mundo...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será

Por isso que vivo e não tenho a vergonha de ser feliz;
Canto, canto e canto a beleza de ser um eterno aprendiz.

Pois tudo que criastes é um milagre:
Pensando em mim fizestes a
Via Láctea e os dinossauros

Ainda que eu saiba que
Todos os dias é um vai-e-vem e que a
Vida possa parecer repetida na estação,
com gente que chega pra ficar
e gente que vai pra nunca mais (voltar)

Ainda que vivos queiram ir
E ainda que alguns que já se foram não quisessem partir;
Mesmo assim tem gente que veio só olhar;
gente a sorrir e a chorar

E assim, chegar e partir
são só dois lados
Da mesma viagem

Percebo que a linha do horizonte me distrai:
e dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção
Mas aonde está você agora, além daqui dentro de mim?

Eu é que brinco acreditando que
Foi só o tempo que errou e que
Vai ser difícil sem você,
Porque você está comigo o tempo todo

Mas aí, vejo o mar e
existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem

Então, finalmente aprendo que
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar

Assim, percebo que olhar só prá dentro
É o maior desperdício
Quando na verdade o amor pode estar
bem Do nosso lado...

Pois o amor é o calor
Que aquece a alma
e tem sabor prá quem bebe
a sua água...


Só vitória, no Deus que fez tudo pensando em nós, com o amor que aquece nossa alma; que nos faz acreditar que a vida realmente pode ser muito melhor, mesmo sendo cada dia um vai-e-vem onde os eternos aprendizes se esfrorçam em viver – olhar só para dentro é o maior desperdício mesmo, a não ser que enxerguemos o Reino dele Dentro de nós (Lc 17,21)...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

DeSpReCoNcEiTe-Se!

É mais do que normal. Não deveria ser, é verdade. Mas é. Primeiro dia de aula, principalmente em escola nova. Lá estão os educandos mal educados a se entreolharem e por dentro (às vezes para fora também) dizerem: Roberto é um “cara” bem legal, já Julia tem “carinha” de insuportável; Mariana é puxa-saco do professor e o Carlinhos é “mó Nerd”.

Enfim, pré-conceituar está no sangue, seja no bom ou no ruim (Ih! Preconceituei!). É assim quando alguém novo chega a nossa empresa ou quando chegamos a uma empresa nova. É assim quando conhecemos a família da nossa namorada ou os amigos dela.

Preconceituamos pessoas, locais, textos, trabalhos, obras, situações, tudo. Vejam só: o próprio neologismo verbal “ preconceituar” (juntamente escrito) e todas as suas conjugações (preconceitue, preconceituei etc) podem estar sendo, neste exato momento, preconceituado por algum leitor cheio de preconceito linguístico.

Isso explica o fato de muitos simplesmente nos odiarem, sem nem sabermos direito o porquê. Explica, todavia não justifica, a atitude medíocre de quem despreza sem conhecer, de quem ignora sem se aprofundar, de quem se afasta sem se aproximar.

É óbvio que não necessitamos nos aproximar do esgoto para saber que ele não produz um odor agradabilíssimo. No entanto, sabemos que aquele odor não nos é aconchegante porque temos olfato. Mas só conseguimos dizer, verbalizar e expressar o que realmente sentimos em relação a tal sensação, porque foi nos dado tal conhecimento acerca delas e dos cheiros.

Despreconceituar não significa não poder ter uma opinião sobre tudo, mas sim entender algumas coisas básicas como: 1º não temos o conhecimento acerca de tudo, nem nunca teremos – aqueles que acham possuir isso, são pessoas chatíssimas de se aturar; 2º ter uma opinião formada sobre tudo é ser mentiroso, chato, velho. Não só pelo fato de ser sobre “tudo”, mas por ser ela “formada”.

Tudo o que já vem pronto, formado, a priori, dificilmente termina como uma análise correta. O leitor que se debruça ao texto bíblico por exemplo, dotado de suas crenças mitológicas e conhecimentos filosóficos, dificilmente acreditará em alguma coisa que requeira fé.

Enfim, se despreconceitue! A vida ao seu redor agradece...

Graças ao Cristo que sem preconceito algum nos amou antes mesmo de nos formar e por ser Ele o único, que mesmo tendo uma opinião formada sobre tudo, escolheu nos amar mesmo assim...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Onde Deus está?

Andam dizendo por aí, já faz muito tempo, que Deus está aqui ou acolá, dentro da igreja tal, falando aqui e ali; usando alguém aqui e também lá.

Dizem ainda que Deus não fala com quem usa roupa branca, ou que só fala com os que usam; que Deus não está com quem usa brinco muito grande e colorido, calça corsário, cordão e tornezeleira. Para estes, Deus também não está com aqueles que gritam gol para o seu time – ou melhor – Deus sequer pode estar com aqueles que afirmam ter um time.

Deus não está também com quem vai à praia, canta, dança e assiste televisão. Deus não está também com quem vai ao cinema, ao teatro, ao shopping ou à malhação. Ele não está na casa de quem come carne de porco, bebe vinho, ouve Roberto Carlos ou hip hop; Ele não está com quem dorme sem camisa ou vê o sexo como prazer e não obrigação de procriação.

Mas se a proposta era falar onde Deus poderia estar e não o contrário, surge a dúvida natural: será que sobrou algum lugar para Ele estar?

É óbvio, respondem estes: Deus está nas Igrejas. Mas não em qualquer uma. Ele está nas Igrejas Evangélicas; e de preferência nas ditas pentecostais. Deus está ali dentro, preso apenas aos fiéis que oram tanto ao ponto de fazer com que Ele os ouça por merecimento.

Deus está apenas nos cultos que acabam sempre depois da hora, porque o Espírito assim quis. Ele está nas reuniões barulhentas, ainda que sem sentido; nas reuniões de obreiros sem pauta; nos púlpitos onde qualquer um prega o que quiser; nas mensagens sem nenhuma mensagem, nas palavras sem Palavra.

É claro que com simplórios 26 anos de idade fica um tanto quanto complicado para nós dizermos onde Deus está. Todavia, podemos prospectar perscrutando a Palavra que O revela a nós, simples mortais, onde Ele de fato possa habitar.

Assim, Deus está com aqueles que amam a Ele acima de todas as coisas e ao próximo como a si próprio. Deus está com aqueles que o adoram em Espírito e em verdade, independente de onde estejam, do que vistam, do que comam, do que falem, se há verdade, há Espírito, há adoração, há Deus.

Deus está no meio daqueles que acreditam que Ele possa estar; está dentro daqueles que não resistiram à suavidade de seu Espírito.

Deus está no que não é idólatra, nem faccioso, mas que ama. Está sobre aqueles que nele esperam e confiam, independente se são brancos, negros, ricos ou pobres. Está naqueles que fazem o bem, olhando a quem, não por pré-conceito, mas por entenderem que amar sem olhar, não é amar – é fazer número para religiosos verem.

Deus está nas pequenas coisas, mas nas grandes também; nos gestos singelos e quase esquecidos, mas que quem precisa ver, enxerga. Está na mensagem verdadeira que sai de sua Palavra, pela boca de quem a transmite com amor e dedicação, ousadia, fé e certeza de que algo de sensacional ocorrerá naqueles que a ouvirem. Esses “transmissores” podem ser espíritas para uns, crentes para outros e até mesmo diferentes, estranhos, religiosos para a maioria. Todavia, o que torna Deus presente em alguém depende infinitamente mais dEle do que do “alguém”. É imerecimento total. É desprendimento absoluto. É o desejar dEle e só! Pouquíssimo ou quase nada nosso. Assim que o “nosso” não deve ser entendido como imprescindível para que aí e só aí, como que um resultado natural Deus então interviesse em minha vida. Não! O querer é dEle – e assim Ele está nos lugares onde poucos procuram, onde quase ninguém enxerga, onde muitos duvidam, onde outros jamais iriam e onde a maioria dos que se dizem religiosos sequer cogita.

Onde Deus está? No coração, na vida, na alma e no sorriso daqueles que continuam acreditando que a vida pode (e é) ser maravilhosa! Está em cada novo nascimento diário que ocorre. Está em cada perdão que é concedido depois de muito esforço interno. Está em cada mão que levanta o caído e em que cada dedo de acusação que se abaixa.

Deus está no próximo, no outro, no mais distante e diferente ser que eu sequer possa imaginar que saiba até mesmo quem Deus é. Mas tenha certeza: ali também Deus está! Porque Ele conhece o meu deitar e o meu levantar de longe entendes o meu pensamento. Não havendo ainda nenhuma palavra na minha língua, Ele contudo já a conhece. . Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao Céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar; até ali tua mão me guiará e a tua destra me sustentará. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa; Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. (Sl 139)

Enfim, se eu amo, Deus verdadeiramente está em mim.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Desleixo e confiança

Deixar de lado pode significar descartar e quase sempre é entendido como o resultado de algum relaxamento, desprezo; desleixo. É não dar muita atenção para algo ou alguém - é desprezar qualquer tentativa e iniciativa de esforço em prol de algo. Desleixado é quem despreza o cuidado a qualquer coisa.

Agora, dialeticamente uns entendem como confiança e fé todo esse desleixo. Para estes, deixar de lado é confiar. Ignorar e desprezar o esforço é manifestar confiança de que SE o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. É entender que existem "n" coisas que fogem à nossa limitadíssima alçada de controle e assim simplesmente aceitar, acatar e assimilar, que sem Deus nada podemos fazer.

Confiar é conseguir perceber que em algumas vezes seremos tidos por desleixados; quando na verdade já tivermos esgotadas todas as nossas energias, numa frágil tentativa de fazer o melhor. E aí (e só aí) quando não por descuido ou desleixo, mas por terem se acabado todas as chances, expectativas, oportunidades e caminhos que confiamos, que algo, de fato, acontece.

Desta forma, desleixo é transformado em deleite e o que deveria ocorrer, sempre ocorre. Desleixemnos então, deleitosamente confiando em Deus!

Porque as coisas que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para aqueles que o amam..." (I Co 2,9)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"comemorável"

Dentre os neologismos “áveis e íveis” mais frequentemente utilizados como forma de adjetivos, tais como bebível, comível, comprável, etc – temos o extremamente bom, comemorável. Aqui o utilizo conotativamente como uma palavra formada pela aglutinação dos verbos comer e memorar; se bem que podia ser referente ao verbo comer e ao adjetivo memorável.

Tive o privilégio e o prazer de memorar ótimos momentos nesta última semana. Minha memória certamente terá como memorável cada sorriso, abraço e gesto de respeito, admiração e companheirismo que só me fazem desejar memorar cada vez mais.

Completamente contrário ao que costumam dizer por aí, que o que é bom dura pouco; tive três bolos!!! Em momentos e com pessoas diferentes. Mas talvez digam isso porque as ditas datas festivas durem apenas 24 horas – é assim com o natal; os dias dos pais, mães e namorados; os aniversários de casamento e namoro e principalmente os nossos aniversários.

Todavia, quando se existe expectativa sobre o nosso levantar de cada manhã, ainda que a causa de levantarmos não nos pertença – todos os dias se tornam especiais; a semana se torna diferente; o mês, inesquecível e o ano verdadeiramente digno de ser memorizado para sempre e se viável fosse, de se erigir um memorial. Porque não é o dia da comemoração que a faz inestimável, mas as pessoas que conosco comemoram; não são aquelas rápidas 24 horas que fazem o dia ser tão bom, mas cada segundo, minuto e hora de cada dia, semana e mês, que delicadamente compuseram com riqueza de detalhes cada instante único, inédito e exclusivo de nossa abençoada existência.

Fiz apenas mais um ano de vida, mas os motivos comemoráveis são milhares! A todos vocês, verdadeiros amigos, dos quais alguns temporariamente são chamados de alunos – meu muito obrigado por tudo o que vocês têm ensinado a mim, o dito professor; aos meus outros amigos, parceiros, irmãos; mãe e “Vida”; simplesmente obrigado por me fazerem hoje ser alguém bem melhor do que ontem, e ciente de estar bem distante ainda do ideal.

E a ti meu pai, autor da vida e razão sublime da minha existência; caminho perfeito e gracioso amigo. A ti, aqui escrevo apenas para que aqueles que leem, “memorem”, pois eu bem sei que pela tua incomparável graça, tu sempre me ouves.

Só vitória!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Deus o que é de Deus; a César o que é de César

Se nossa vida vem de Deus, o que temos feito dela, em relação a Ele? Que temos dado ao Senhor por todos os benefícios que nos tem feito? Se somos espirituais e carnais, precisamos alimentar não apenas nosso corpo, mas também nossa alma - todavia, se apenas fazem parte de nossa agenda lotadíssima, afazeres temporais; qual o sentido da eternidade de Deus depositada em nossos corações?

Uma pizza é realmente maravilhosa e uma boa música também, assim como o vinho até pode nos alegrar; um bom jogo, a balada ou um ótimo filme; mas e nossa alma? Como é que ele fica feliz e alimentada? Fazendo simplesmente aquilo para que ela foi criada: adorando a Deus e vivendo uma vida sem máscaras e não pela metade; tendo prazer em meditar em sua palavra e orar, não muito, mas sinceramente; não com vãs repetições, mas com verbetes que saem do coração.

As pessoas ao meu lado precisam saber (não pelo "nipe" do meu terno, pelo tamanho da minha Bíblia, pela estampa da minha gravata ou pelos adesivos de "crente" colados no meu carro) de que no meio deles existe um profeta (Ez 2,5).

Porém, da mesma fonte não pode sair água doce e salgada, pura e amarga; bênção e maldição. Assim, demos a Deus o que é Dele por direito e a César o que é de César. Saiemos, cantemos, falemos mal dos jogadores de futebol, critiquemos os políticos e escutemos MPB de qualidade. Porém, venhamos também a dar a Deus o que só a Ele pertence - a primazia: o nosso melhor tempo, nosso ser e vida; através de uma existência que reproduza com valor, cada gota de sangue derramada naquele madeiro perto de Jerusalém...

Só vitória!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Bois, esterco e realização

“Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi, há abundância de colheitas” (Pv 14,4)

Assim como a limpeza nem sempre é um sinal positivo, a sujeira nem sempre é o resultado do relaxamento e do descuido. Para se tirar o leite da vaca é quase que inevitável pisar no esterco; e por mais que seja incômoda a manutenção de bois num celeiro, sem a força dos mesmos, simplesmente não haveria colheita, ou não uma colheita abundante.

O paradoxo mais do que interessante entre realização e incômodo parece nos perseguir diariamente. De maneira frequente, situações que nos exigem esforço e que nos geram indisposição e possíveis transtornos, são também as mesmas que nos realizam. Enfim, é a história mais do que conhecida de que não há vitória sem luta, ou pelo menos, não há vitória tão emocionante, que nos realize de verdade, sem esforço e dedicação.

A escolha mais uma vez é nossa: entre a limpeza fria da ineficácia e manutenção do status quo barato e sem sal; ou andar pela estrada lodosa e enlameada, colhendo frutos de um sujo trabalho limpo e bem realizado, em meio a um monte de estercos?

Solas de sapato limpíssimas, não podem pertencer a quem tem caminhado bastante...

Só vitória!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Seja o melhor que puder

Nem sempre acordaremos tão bem dispostos
nem sempre nossos pés responderão ao comando de nosso cérebro tão rapidamente
nem sempre poderemos comer tanto sal e tanto açúcar
nem sempre comeremos tanto

nem sempre tomaremos água gelada sem camisa com a geladeira aberta
nem sempre conseguiremos correr com o nosso cachorro
nem sempre sentiremos graça em ter um cachorro
nem sempre digitaremos tão rápido e com tanta gente ao mesmo tempo
nem sempre nossa voz sairá em alto e bom tom
nem sempre teremos o que falar mesmo

nem sempre ouviremos tão bem e enxergaremos de longe
nem sempre os ônibus pararão para nós
nem sempre conseguiremos sair sozinhos
nem sempre oraremos com a mesma intensidade
nem sempre oraremos

nem sempre nossos pais estarão aqui
nem sempre nossos filhos permanecerão conosco
nem sempre estaremos por perto
nem sempre alguém estará por perto

nem sempre teremos o que escrever
nem sempre teremos a quem escrever
nem sempre sonharemos com tanta criatividade
nem sempre o nunca será tão falado e o sempre tão vivido
nem sempre teremos tanta gente como amigos

nem sempre terminaremos os livros que começamos
nem sempre lembraremos de quem hoje juramos não esquecer
nem sempre teremos tanto amor ou tanto prazer
nem sempre teremos a mesma vontade de vencer ou o medo de perder

mas mesmo que nem sempre consigamos realizar tudo o que planejarmos, completar tudo o que iniciarmos ou amar a todos que gostarmos; se pelo menos conseguirmos ser, em cada episódio inédito de nossa existência, o melhor que pudermos, já teremos sido muito bons... porque como acertadamente diz a poesia do comercial: redondo é rir da vida...

Carpe diem!

domingo, 5 de julho de 2009

Porque fazer o bem, faz bem

A frase inicial poderia tanto ser interrogativa como afirmativa. Na primeira hipótese, quereríamos saber o porquê de ser tão bom, mais ainda para aquele que o faz, do que para aquele que o recebe, o "fazer o bem"? Numa segunda alternativa, a mesma frase, sem a interrogação ao final, serve como a resposta para a primeira pergunta: Fazer o bem, faz bem, pelo simples fato de que o ato de realizar o bem ao outro, realiza o bem em nós.

O maior prazer do ser humano está diretamente relacionado à capacidade que ele tem de gerar prazer nos outros. Ou seja, está no SERVIÇO. É ele o maior bem de todos, chamado por alguns de solidariedade, entendido como compaixão por outros e traduzido da melhor forma possível pelo sentimento universal chamado de AMOR.
O prazer que sentimos na realização do serviço ao próximo é simplesmente indescritível, principalmente quando não há publicidade, quando nem nossa própria mão direita sabe o que a esquerda realizou, quando não noticiamos a visita que fizemos a doentes; quando ninguém sabe que deixamos de comprar algo para nós, porque fomos tocados de uma maneira tão intocável que fomos impelidos a ajudar. Tal prazer, estritamente divino e humano, transcendente e imanente, é que nos faz fazermos o que fazemos - é o famoso e imprescindível propósito de servir. É o amor.
O que faz com que nos emocionemos tanto, ao ponto de chorarmos, de nos arrepiarmos, de querermos ser melhores e diferentes quando assistimos a uma reportagem, ou quando vemos bem próximo de nós uma situação humilhante e deplorável; quando somos impactados pela realidade de Thiagos e Marcelos, tão diferentes dos Thiagos e Marcelos que conhecemos?
O incrivelmente sensacional e misterioso em toda essa corrente do bem, é que o mais beneficiado, abençoado, surpreendido e felizardo de toda essa empreitada, é justamente o "cara" que faz. Assim, quando acho que ajudo, faço o bem, auxilio e sou compassivo; a grande verdade é que sou eu o mais ajudado e o mais abençoado em toda essa história. Quando acho que mudo a história de Josés e Marias que moram nas ruas, mal sabem eles que é a minha própria história que está sendo mudada; radicalmente, para sempre, para melhor! Porque fazer o bem, faz bem!
Só vitória!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O mundo mudou muito, mas as pessoas...

Parece ser inquestionável e estar mais do que evidente, que o mundo no qual hoje vivemos situa-se em muitos aspectos, completamente distante do mundo em que nossos pais viveram na infância e muito mais do que todo o homem da antiguidade presenciou. Fato porém, em toda esta perspectiva, é também a clara e evidente manutenção do status quo da humanidade durante todos esses anos.
Tudo bem que o mundo tenha mudado tanto e que hoje se compre até casa e carro pela internet, sem se sair da própria cama. Tudo bem que hoje o futebol é mais veloz, os jogos são transmitidos a cores e cobertos por mais de 30 câmeras. Tudo bem que ter televisão em casa hoje, não significa mais nada e que as notícias chegam praticamente em tempo real e vindas de todos para todos. Mas uma coisa só mudou aparentemente. Uma coisa só mudou - se é que podemos chamar isso de mudança - na forma de se vestir, de comer, talvez de viver. Todavia, na essência, no cerne, o homem continua sendo o mesmo miserável da graça de sempre.
Nesse mundo transformador e transformado, as pessoas que acham fazê-lo, na verdade são é feitas por ele. Continuam tão iguais, que ainda fazem aniversário e funeral; continuam vivendo, reproduzindo e morrendo. E por falar em morte, poucas vezes fiquei tão decepcionado, triste e embasbacado com a morte de algum conhecido desconhecido, como com a morte de Michael. Havia ficado assim apenas com o Ayrton Senna da Silva. E olha que não era fã do Jackson, não tenho, nem nunca tive nenhum cd ou dvd dele. Nem lembro a última vez que havia sequer ouvido uma de suas músicas. Todavia, quando recebi a notícia de que ele havia realmente morrido, simplesmente não acreditei. Como uma pessoa que sequer viveu, poderia morrer? E não digo em relação aos poucos anos (apenas 50) - digo sim em relação à vida de tristeza, decepção, dependência e vazio com que o bilionário astro se cercava.
A prova de que o mundo mudou está também na morte e na vida. Nos aniversários, mandamos mensagens instantâneas ou até mesmo somos lembrados forçosamente pela internet de que hoje é o dia da festa de determinado contato - é, as pessoas se tornaram contatos, adicionados, amigos, conhecidos, enfim, mas ainda assim pessoas. Sobre a morte, vejamos o tão comentado caso lamentável do Michael - seu funeral será um dos mais famosos e vistos de toda a história. E por mais que ele tenha sido tudo isso, quem foi ele em comparação a um Paulo da vida, ou a um Moisés, ou até mesmo em relação a Cristo? Sem fanatismos xiitas, ou comparações fundamentalistas grotescas, apenas quero destacar que Paulo tem sua morte como um mistério, mas seu funeral sem nenhuma divulgação até hoje. Já Moisés, não teve nem sequer o corpo encontrado e Cristo, o incomparável, dizem uns loucos cristãos (no qual prazerosamente me incluo), que ressuscitou e assim sendo, também não temos corpo, muito menos local exato de seu "sepultamento temporário".
O mundo mudou muito sim, mas as pessoas continuam as mesmas. Brincando com a morte dos outros; fazendo mais notícia e piada do que lamentando as perdas - enfim, rindo das desgraças alheias. O mundo mudou muito sim e apesar de hoje quererem nos fazer engolir garganta abaixo que modernidade é sinônimo de aceitação ao homosexualismo, produções de filhos em laboratório e de forma "independente", por mães mal amadas e coisas afins; as pessoas permanecem as mesmas e de Adão aos dias atuais, continuam destituídas da glória de Deus (Rm 3,23), pois não há um justo sequer. Porém, sorte a nossa que temos ainda a Cristo - esse sim, ser imutável, que continua salvando a todos quanto creem em seu nome (Jo 1,12). Pois como diz e garante a sua infalível Palavra: todo aquele que invocar o nome de Cristo será salvo!(Rm 10,13)
Só vitória!

domingo, 21 de junho de 2009

Não diga que a vitória está perdida...

Existe uma famosa frase no mundo futebolístico, que reza que o jogo só acaba quando o juiz apita. Ela, de tão óbvia e lógica, se torna além de cômica, um alerta para aqueles que não parecem enxergar o tão visível. É lógico que todos sabem disso, mas o porquê da frase então? Ela quer simplesmente (re)afirmar que TUDO pode acontecer, até mesmo nos instantes finais; nos derradeiros minutos, no último lance. Lembre-se: minutos finais e instantes finais, não são, ainda, O final!
No gramado da vida, a graça maior dessa premissa desportiva é que verdadeiramente não sabemos quando algo irá acontecer, pelo simples e emocionante fato de que não sabemos quando o nosso justo juiz apitará o fim. Desta forma, cabe a nós acreditarmos sempre que alguma coisa de bom e transformadora poderá acontecer. Isso não é otimismo, é realismo de fé! Otimismo seria acreditar que o dia poderia ser melhor. Realismo de fé é acreditar que a vida devia ser bem melhor E SERÁ!
Porque então desistir, parar, querer olhar para trás? Porque então se arrepender toda hora de erros que foram muito mais tentativas mal planejadas de acertos, do que manifetsações claras de aitudes reprovadas? Porque desistir do jogo sem nem tentar entender as regras desregradas, díspares e desconexas dele? Porque parar, se o juiz ainda não disse que acabou? Homens de pouca fé, porque duvidais? Porque tantos "porquêres" sobre porquês que nenhum porquê saberá responder? Porque tanta dúvida e medo, em vez de certeza e esperança? A vida está ruim? As coisas não têm andado como o esperado? Não ganha tanto quanto gostaria ou não é amado tanto quanto amas? Saiba que a partida ainda não chegou ao fim! Só os mais fracos desistem, porque até os fracos insistem, persistem, perscrutam o caminho da vitória. Só os sem perspectiva param, porque os sonhadores perduram.
Você não foi criado para perder. Logo, se a vida tem parecido uma sequência intermitente de decepções, derrotas e tristezas, talvez a tática precise ser mudada; talvez mandando o técnico embora o time tome outro rumo, outra direção; talvez a equipe precise se esforçar mais, treinar mais, lutar mais, acreditar mais; talvez as falhas estejam nos fundamentos, na base; ou talvez o time precise ser mais humilde, saber que a luta é grande, a batalha é renhida. Mas nunca, em hipótese alguma, nem sequer em pensamento ou por brincadeira, diga que a vitória está perdida. Antes, tenha fé em Deus, tenha fé na vida! Tente outra vez! E se ainda necessário for, tente outra, outra e mais outra... Hasta la victoria siempre!
Só vitória no Jesus que nos impele a jamais desistir porque por si só, o prazer de lutar e acreditar que Deus está fazendo por nós, muito mais além daquilo que pedimos ou pensamos, já nos mantém vivos, animados e esperançosos...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A irresistível graça...

Efésios 2:1-10

"Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas".

Falando de graça

Mas o que é graça? Poderíamos citar vários conceitos teológicos ou então de dicionário, mas não... preferimos entender que Graça é
- O MAIOR MISTÉRIO E A RAZÃO DE SER DO EVANGELHO;
- A MANIFESTAÇÃO MÁXIMA DO AMOR DE DEUS (embora não exista mínima);
- O MAIS IMERECIDO DOS FAVORES DIVINOS SOBRE NÓS;
- É ENTENDER QUE NÃO EXISTE NADA DO QUE EU FAÇA OU DEIXE DE FAZER QUE INFLUENCIE DEUS A ME AMAR MAIS OU MENOS; PELO SIMPLES FATO DE QUE DEUS NÃO “SABE”, NÃO “PODE”, NEM QUER NOS AMAR MENOS.

GRAÇA É então...

1-FAVOR IMERECIDO MESMO! Porque dá salvação a quem só merecia maldição e condenação; porque dá chance e oportunidade a quem já ignorou todas as chances cabíveis (Rm 3,23-24). É imerecido porque não teríamos como conquistá-la, não teríamos como alcançá-la, não teríamos como comprá-la; pois não temos o valor que a graça requeria – o sangue incorruptível de Cristo.

2-ENTENDER QUE PARA DEUS NÃO HÁ DIFERENÇA entre um mestre ou um adúltero, entre um religioso, ou um liberal; entre judeus e samaritanos; pelo fato de que nEle, todos são livres e apenas um em Cristo Jesus – Deus é e ponto! Não é Deus de a ou b, mas sim Deus! Nós é que somos ou nos achamos um monte de coisas (Gl 3,26-29); sendo contudo “farinha do mesmo saco”.
Gl 3,26-29
"Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.
Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa".

3-É A LOUCURA DO EVANGELHO. É entender que Deus nos salva porque quer. Que nos alcança por mérito só dele e não nosso e assim nos equaliza e equivale, colocando todos os homens num mesmo patamar – no nível dos carentes da misericórdia divina – VIVER NA GRAÇA É ENTENDER QUE Cristo não nos alcançou porque fizemos algo, mas porque sabe que sem esse alcance jamais faríamos qualquer coisa. Porque a GRAÇA É LOUCURA? Porque é algo que vem exclusivamente dele e não de nós, mas que é exclusivamente para nós e não para ele!

4-CONFLITO E CONFRONTO! Porque? PORQUE mexe com nosso orgulho soberbo e hostil; porque atinge nosso fajuto senso de justiça, honestidade e religiosidade, que nos doutrina a barganhar um pouco de ritos em troca de milagres; orações e jejuns por bênçãos; atitudes ditas santas por prosperidade; dízimos por livramento. É CONFRONTO PORQUE joga toda essa nossa ideologia por terra e diz bem fundo na nossa alma: ISSO NÃO VEM DE VÓS! QUER COISA MAIS TERRÍVEL para o homem, do que ele ouvir que existe algo que é o mais imprescindível possível à sua vida, mas que não vem como resultado do esforço dele próprio? E que assim, ele nada pode fazer para merecê-lo e por justiça ganhá-lo?

5-APROXIMAÇÃO (Ef 2,13) – Longe estávamos, mas Ele nos quer por perto. Longe não precisa ser distância geográfica, nem solidão em relação a gente, pessoas. Pode se estar rodeado de gente e ainda assim, LONGE, distante. Pode se estar sentado numa igreja repleta de membros e mesmo assim vazio, distante dos braços do PAI. Mas Deus, que é de longe e de perto, pela GRAÇA, quer nos aproximar a ELE e para ELE (2,17).

6-A MANIFESTAÇÃO CLARA DO GRANDE E INSONDÁVEL AMOR QUE DEUS TEM E TEVE POR NÓS. (Ef 2,4)

Grande até onde? Até ao ponto de deixar de lado seus “sonhos”, pelo prazer de nos ver viver; até ao ponto de recusar títulos e glórias, por causa de bêbados e incrédulos; até ao ponto de enviar, como cordeiro mudo ao matadouro, seu único filho (Jo 3,16). Não para que o mundo fosse condenado por Ele, mas para que se encontrasse nEle. Pois até pode ser que alguém tente morrer em prol de uma boa causa, ou até mesmo de alguém que considere justo, mas morrer por quem lhe cravou espinhos, por quem lhe cuspiu, lhe negou e ainda nega, só a GRAÇA para tentar explicar o amor que a Bíblia por não saber definir chama de “TAL”...

Que “NÓS”?? NÓS QUEM? Qual a extensão desse gracioso convite? Falamos tanto em regras, códigos de obediência e santidade; em porta estreita; mas nos esquecemos de que Deus nos chamou para sermos desbravadores – verdadeiros bandeirantes, embaixadores do Evangelho, ESCANCARADORES DE PORTA, Uma vez que o NÓS aqui, engloba a todos. LEMBRE-SE: Quem estreita a porta é Cristo, a nós porém cabe ESCANCARÁ-LA! Quem, quando e de que forma estreita a porta é só Deus, não os nossos costumes, não a nossa igreja, não a minha doutrina ou o meu modo de pensar e agir. Eu como evangelista só ABRO, SÓ A DEIXO ABERTA, para que todo aquele que tenha sede venha e beba da água da VIDA.

Concluindo...
Mas porque IRRESISTÍVEL? (Rm 5,20)

A suprema riqueza e irresistibilidade dessa GRAÇA, está no fato de sermos salvos por ela mediante fé, vindo de Deus e não de nós! (Ef 2, 7-8)

Mas e o pecado? Onde cresceu?
Em todos e em todo o lugar. Mas justamente aí. Onde? Onde o pecado quis abundar e ser dominante, SUPERABUNDOU a GRAÇA. A IRRESISTIBILIDADE DA GRAÇA, está no fato de se acreditar que nada, nem ninguém, poderá nos separar do amor de Deus, que é claro e manifesto em nós através de Cristo Jesus!

Romanos 8:31-39

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica; Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós; quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

E VC, QUER O QUE? PAGAR O PREÇO DO VIVER SEM CRISTO, OU RECEBER DE GRAÇA, A GRAÇA QUE TE ENGRAÇA? O DIA É HOJE, O TEMPO É AGORA, A OPORTUNIDADE, PODE SER ÚNICA...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Encontrar o caminho nem sempre é o primordial

Encontrar um caminho nem sempre é a atitude mais difícil ou complicada; mas sim entender, assimilar e avaliar todos os caminhos desse caminho. A escolha entre uma opção e outra envolve (geralmente) milhões de análises feitas em frações milimétricas de longos segundos. Quando analisadas, são verificadas possibilidades de tropeços, decepções, chances de vitória e perspectivas de êxito. O mais engraçado é que todas estas especulações de planejamento não garantem o sucesso e a eficácia do resultado, bem como uma total falta de atenção sobre estas possibilidades não necessariamente resulta numa decepção.
Um caminho pode ser achado com facilidade por um, enquanto outro pode demorar séculos para simplesmente vê-lo. Assim também como uma opção pode ser enxergada como ótima oportunidade por uns, enquanto vista como perda de tempo demasiada por outros. Mais uma vez notemos que o caminho, ainda que o mesmo, será diferenciado por aqueles que o trilharem e pela forma que o farão.
A rua está lá fora. O sol brilhou, a chuva caiu e a lua insistente veio deslumbrante e cheia de si. Porque nem todos a viram se ali ela sempre esteve? Porque um mesmo caminho serve de trampolim para o sucesso de uns e o fracasso vertiginoso de outros? Talvez porque uns se deem ao luxo "desluxuriado" de enxergarem o que muitos não ousam sequer ver: a oportunidade!
Só vitória no Cristo que nos dá cotidianamente oportunidades de sermos melhores, mesmo sabendo que o nosso melhor, estará sempre aquem do satisfatório. Isso é amor, graça, misericórdia. Isso é vida. Esse é o caminho!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O que se sabe é nada...

O que se sabe é na verdade nada, ou muito pouco. Fato mesmo é que achamos muito mais do que sabemos e pensamos muito mais do que realizamos - até mesmo os que nada pensam. Somos aquilo que podemos ser, embora alguns pareçam poder ser muito mais do que são, mas se contentarem em ser tão pouco. O que eu sei, sei só por hoje, de ontem, de tempos atrás. Sei que amanhã saberão bem mais do que eu, ainda que não tenham que ter tanto esforço para saber, e isso por si só já será sinal de que souberam saber mais e melhor. Sabemos, na verdade, que nem a verdade conhecemos direito e que não conhecemos o que achamos conhecer. Eu mesmo nem sei o porque de escrever o que agora escrevo aqui sem saber, sabendo que alguém talvez irá ler e dizer vários dizeres de saber, destes meus saberes sem saber. Sei mesmo é que voltei a escrever porque me dá prazer, ainda que não saiba o porquê, ou o saber, ou o que escrever...

domingo, 24 de maio de 2009

AVISO!

AVISO:





HOJE NÃO TEM AVISO!



SE TIVESSE AVISO, EU AVISAVA.



ESTÁ AVISADO!



Nada como um domingo de resfriado e cansaço, para que esta enorme sabedoria apareça...

sábado, 23 de maio de 2009

Desistir no meio nem sempre é ruim

Existe uma máxima do "fogo de palha" que diz que muitas pessoas começam muitas coisas mas não terminam. São crianças que fazem com que seus pais comprem violão porque juram que serão o mais novo Chico Buarque; são adolescentes que fazem judô porque irão para olimpíada, mas desistem antes de passarem de faixa. Enfim, são cursos, escolhinhas, gostos que deixamos facilmente de lado. Mas será realmente que toda desistência, que toda "trancada", parada ou espera é sinal de falha, erro, fraqueza? Creio que não.
Apesar de muitas vezes pararmos por sinais de fraqueza, por inconstância e até mesmo porque começamos algo muito mais pelos outros do que por nós mesmos, existem sim momentos, coisas, situações em que enfrentamos, cursamos, passamos e fazemos, onde a melhor escolha é a desistência, a parada, a princípio momentânea, ou então por bastante tempo. Onde a melhor opção é parar e não prosseguir. Tal percepção envolve inclusive outra máxima: de que nem sempre é melhor ir vagando, mas sempre caminhando, tendo em vista que vale mais parar, refazer a rota, analisar as metas, estipular os objetivos, focar os propósitos, do que continuar pura e simplesmente porque já pagamos, prometemos ou porque vão falar isso ou aquilo. Assim que uma desistência nem sempre é sinal de burrice e uma persistência nem sempre é sinal de inteligência.
Só vitória no Cristo que nos ensina que é melhor parar e refletir do que continuar pura e simplesmente para Inglês ver...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Desespero x esperança

Temos vivido cada vez mais uma época de contrastes muito grande. E dentro destes um questionamento em comum tem se levantado entre aqueles que se professam cristãos. Nossa palavra deve continuar sendo de esperança ou de conformidade, deve seguir ao que aprendemos a crer por fé, ou ao que contemplamos com os nossos olhos todos os dias? Este dilema, que coloca em lados opostos os diálogos de esperança e desespero, tem numa perspectiva a certeza com base no subjetivismo da fé, de que Deus está sempre fazendo o melhor pelos seus – e assim, a esperança deve prevalecer em nossas pregações e a mensagem deve ser sim de alegria, de fé, de expectativa. Contudo, contrário a tal diálogo e oposto a isso temos a perspectiva, também bíblica, de que ao se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriaria. E não bastando tal constatação pessimista, temos ainda várias outras assertivas das Escrituras que frisam a idéia de que teríamos aflições no mundo; que o mesmo caminha para uma época de grandes tribulações etc.

Ou seja, de um lado a bandeira da fé, erigida pelo Evangelho de Deus, na esperança de que, em Cristo, dias melhores sempre podem ser aguardados. Do outro porém, também corroborado pelas palavras do Messias, a mensagem é de se manter fiel em meio a tantas dificuldades, tribulações e horrores que teríamos que enfrentar. O que pregar então? O que esperar? Em que crer e sob o que depositar a chave de nossa vida?

A própria Bíblia parece se esforçar em solucionar tal questão ao apontar sempre mais para a esperança e a expectativa de que com Cristo, ainda que os problemas venham – e fato é que virão – temos alguém em quem confiar. O dilema se resolve não em ignorar a decadência da humanidade e conseqüentemente do mundo que a constitui e por ela é constituído, mas sim por ir ao sentido contrário e mais corajoso, afirmando que embora a violência cresça, o pecado se prolifere e as desgraças pareçam muito mais latentes; na mesma proporção, aqueles que estão em Cristo e assim são novas criaturas, possuem também a confiança inabalável de que tudo concorre para o bem deles. Assim que, nem a pobreza, nem a violência, nem a fome, nem a angústia, nem qualquer perda ou dor, nem mesmo a morte, nos poderá separar do amor de Cristo Jesus, nosso Deus!

Só vitória no Cristo, que pelo poder do seu nome, nos faz com que o pouco vire o muito mais do que necessário!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Seja feita a TUA vontade...

No terceiro pedido afirmativo da oração mais famosa do mundo, Cristo inclui uma das certezas mais claras de todos os tempos, que paradoxalmente porém, é também uma das mais mal entendidas - o desejo mais do que inteligente para que seja feita a vontade soberana de Deus. Mas de que Deus? Do único que é capaz de nos chamar de filhos e por isso permitir que o chamemos com ousadia de fé, de pai. Afinal de contas, algum pai de verdade pode sequer pensar algum mal sobre seus filhos? Algum pai pode querer e se esforçar para fazer algo que não seja, no mínimo, o melhor possível para seus rebentos? É lógico que não. Desta forma, a oração ecumênica do Cristo, conhecida desde ateus a Cristãos, passando por umbandistas e espíritas, busca nesta frase, clamar por esta luta interior maior de todos nós - este contraste entre o desejar muito que seja feito o melhor para nós - entendendo que Deus sempre sabe o que é melhor para nós - mas ao mesmo tempo, um confronto entre aquilo que tanto queremos e buscamos para as nossas vidas.

O maior dos problemas está no fato da escolha, entre decidir ou não acatar com sabedoria, amor e fé o que Deus tem de fato preparado para nós, como projeto de vida; ou escolhermos lutar, trocando a Deus por nós mesmos nas diversas escolhas diárias que esse nosso sopro existencial nos apresenta.
A decisão que de imediato pode parecer simples, quando muito pensada pode se tornar um tanto complicada, principalmente para aqueles que acham ter muito. De modo que quanto mais acharmos possuir, mais teremos que deixar de lado, se à vontade de Deus quisermos nos subjulgar. O fardo e o jugo, suaves e leves que vêm dele, só o são assim entendidos por aqueles que já suavizaram sua vida e lançaram sobre a redenção da cruz toda a ansiedade. Para os que ainda não conseguiram deixar com que os mortos enterrem seus próprios mortos, não conseguiram vender o que tem e seguir ao mestre, deixar os peixes e seguir as almas; para estes sim, dura coisa é desejar do fundo da alma e com sinceridade de espírito, ainda que o façam "rezadamente", que seja feita A vontade de DEUS.
Só vitória no Cristo, que indiscutivelmente sabe o que é melhor para nós!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A essência da vida

A essência da vida está em viver essencialmente tudo o que for interessante, não se importando com o que não sirva e nem tenha utilidade, mas se valendo de tudo o que for verdadeiramente importante para nós; uma vez que aquilo que importa a muitos, nem sempre é o que vale para nós.
Nessa aparente mistura filosófica de letras, o que se enfatiza é a relatividade dos nossos atos, sonhos, postura, pensamentos; que nos faz ficarmos tentando convencer os outros a ficarem com o melhor que nós achamos ser, que nós mais gostamos, que nós escolhemos, mesmo sabendo que o melhor para nós não necessariamente é o melhor para os outros.
Certa vez me questionaram sobre a relatividade da verdade. Muitos cristãos simplesmente ignoram e demonizam tal pensamento. Todavia, creio que tudo o que pensamos, acreditamos e até mesmo vivemos é, sempre e com minúscula excessão, a NOSSA INTERPRETAÇÃO acerca de UMA verdade. Contudo, existe sim uma exceção; que filósofos, intelectuais e muitos discordam - a verdade única que não aceita relativização; a verdade suprema, que aponta sem medo de errar que o caminho é único e acessível a todos que o aceitarem; que a vida, diametralmente oposta à simples existência, é gerada exclusivamente no seio do amor que vem do Pai. O que tudo isso significa? Que apesar de sermos tão diferentes, termos gostos, pensamentos, desejos, opções e atitudes tão soberbas e muito melhores - pelo menos na nossa concepção - do que as dos outros; fato é que apenas um homem, em toda a história, pôde com autonomia, autoridade e ousadia afirmar "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA - E NINGUÉM VEM AO PAI, SENÃO FOR POR MIM" (Jo 14,6). Seu nome? Tenho certeza de que você o conhece: Jesus Cristo. Mas pode chamar simplesmente de Salvador...
Só vitória neste único Cristo, que pode e quer nos salvar; do mundo, do pecado, da carne, da tentação; enfim, de nós mesmos...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Arrisque!

Arriscar ou não arriscar? Muitos nem sequer levam tal pensamento em consideração, preferindo a mesmice garantida do que qualquer outra coisa que não possua garantia alguma. Todavia, acredito que quando arriscamos, nossa sorte de acertar é bem maior do que errar. Assim, arrisque um beijo diferente em sua esposa hoje, inesperado, espontâneo, não mecanizado. Arrisque um telefonema para aquele amigo que há muito você não ouve, nem vê. Arrisque uma oração mais demorada, mas com palavras de alma e não rezas prontas; arrisque mais sinceridade nessa relação com o Pai. Arrisque valorizar mais o seu tempo com coisas úteis do que reclamando, resmungando, murmurando.
Arrisque brincar com seu filho um pouco até mais tarde, deixar ele fazer uma vontadezinha, ainda que só uma vez. Arrisque ir ao cinema no meio da semana e fazer um prato especial, ainda que seja arroz e feijão.
Arrisque contemplar novamente as belezas que têm se tornado sem graça pelo artificial empobrecimento causado pelo tempo. Arrisque arriscar mais, sem medo. Arrisque escrever poesias, quem sabe um livro. Arrisque mudar o corte de cabelo, ler aquela obra empoeirada, fazer uma festa surpresa para quem sempre te surpreendeu.
Arrisque, pois se não o fizermos como saberemos se valeria a pena? Arrisque para não se lamentar a frente dizendo que "queria ter amado mais, trabalhado menos, ter visto o sol nascer...". Caramba! O sol ta aí pô - VEJA! Arrisque!
Assim que constitui crime à inteligência e à vida, simplesmente existir e não viver; simplesmente "passar" e não marcar, tendo em vista que só estamos aqui por causa do risco. Do risco que Deus se permitiu ao enviar seu único filho a morrer por nós.
Só vitória no Cristo que arriscou seu próprio nome, sua reputação, e mais do que isso sua vida, para que hoje tivéssemos a ousadia de em nome dEle, arriscarmos!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dos corredores do seminário...

As conversas informais são as que geralmente revelam o maior grau de sinceridade de cada um de nós. São nelas que não nos preocupamos em fingir, ou de criar personagens que devem ser mantidos forçosamente por causa de "reputações", "posições" ou coisas desse tipo. Numa dessas conversas boas de se ter, eu e mais dois crentes - coordenadores do seminário, estávamos comentando sobre alguns pontos interessantes, engraçados e totalmente desnecessários pelo que muitos discutem, brigam, se matam e tudo mais. Entre esses, a questão da água do batismo e do pão da ceia.
Não entrarei em detalhes aqui, elaborando um estudo exaustivo sobre a origem da Ceia ou até memso do batismo - isso daria muito trabalho e dependendo do meu ânimo seria muito chato. O que quero relatar é apenas que chegamos ao consenso de que se é Cristo que salva e que é a essência das coisas, o propósito, o interior, o conteúdo e não a embalagem, a capa, o estereótipo que conta, de nada interessa se o batismo é feito com água doce ou salgada, gelada ou quente, corrente ou parada. Interessa menos ainda se mergulham ou são mergulhados, se chapiscam água na face do batizando ou se a derramam carinhosa e religiosamente sobre sua fronte. Nada disso importa mais do que se aquele que se batiza o faz conscientemente de que é Cristo quem o salva, justifica, limpa, purifica e o faz nova criatura. Cristo - a essência - o ser, o próprio Deus - e não todas as outras coisas.
Da mesma forma, é de fazer rir os questionamentos sobre a procedência dos pães das eucaristias (ceias) nossas de cada mês. Será que alguém pode nascer de novo, da água e do Espírito (Jo 3) e ainda assim ficar preocupado se o minúsculo pedaço de pão que ele ingere nesse ato de memória é doce, salgado, francês, careca, broa, suíço, com ou sem fermento? Será que realmente interessa se é o corpo de Cristo mesmo que eu como ali, naquele momento, ou se é apenas uma simbologia? Ou interessa pura e simplesmente que quando o faço, o faço lembrando no meu ser, com alegria e não tristeza, do Cristo que por mim morreu, mas que também por amor a mim ressuscitou conforme prometido e vivo para todo o sempre está.
Nada contra os seminários. Muito pelo contrário. Os amo de paixão e amo muito mais ainda os bate-papos (que educamente alguns chamam de aula) que eu ministro. Todavia, fato é que se as igrejas ensinassem o que deveria, como deveria, muitos desses seminários perderiam a razão de ser...
Só vitória no Cristo, que nos amou muito antes de inventarem o batismo e muito além de um pão e de um vinho. A Ele, toda a Glória, hoje, amanhã e sempre!

domingo, 17 de maio de 2009

Para que serve teologia?

Não adianta, eu sei que é ingrata a vida daquele que tem a ousadia de pretender estudar teologia. Uma vez que o economista – o bom economista – tem a tranquila capacidade de dar explicações sobre a complicada bolsa de valores, sobre a queda do Dólar ou ainda sobre o melhor tipo de investimento em tempos de crise; o advogado, ainda que recém formado e sofrendo com todos os favores que seus queridos parentes, que não estavam nem aí pra ele enquanto ele cursava a facult, mas que agora batem no peito dizendo “meu filho é advogado”, “meu sobrinho se formou em Direito” etc... enfim, estes também têm a idéia de que o formando sabe tudo de leis, desde problemas com a CLT até o possível assédio sexual no ambiente de trabalho, passando pela possibilidade de processar o colégio do priminho mais novo, simplesmente porque seus tios acham que foram constrangidos, por estarem com mensalidades atrasadas mais de três meses. Ou ainda o coitado do professor, que seja sua especialidade qual for, sempre terá um engraçadinho na família querendo que ele corrija um texto, explique detalhadamente sobre a revolução de 64, ou ainda traduza uma música em tempo real, que está tocando na festa de casamento daquela última prima encalhada.

Todas estas profissões, ofícios ou atividades porém, por mais dignas de honra e complicadas por causa do exagero de solicitações dos que nos cercam, nem chegam perto em dificuldade daqueles que têm a impensada idéia de cursarem teologia e ousarem querer saber sobre Deus.

Sua família dificilmente o procurará para falar sobre qualquer coisa ou tirar qualquer dúvida, a não ser os seus irmãos que talvez escarneceram de ti, questionando se não é vagabundagem não querer ter uma “profissão normal”; ou seus primos que riram de você, às vezes na lata mesmo, e na grande maioria das vezes escondidos.

Todavia, quando a vida e a morte, a esperança e o desespero, a harmonia e a desordem, parecerem bem próximas uma das outras; não será o advogado, o mestre, ou ainda o economista a serem bombardeados com perguntas e questionamentos os mais elaborados possíveis. Não. São aos estudantes ousados da Bíblia que se questionará, “porque meu marido, tão bom e novo, morreu dessa forma?”; “onde estava Deus quando meu filho de apenas 10 aninhos foi atropelado?”; “mas porque Deus permite tudo isso?”. São porquês e mais porquês que por mais inteligentes que sejam professores, economistas e advogados nada podem oferecer de resposta. O problema é que nós, que ousamos querer entender de Bíblia e assim do Deus único que se revela através dela, também pouca coisa podemos explicar.

A diferença talvez esteja no fato de que conhecemos que não conhecemos quase nada de Deus, e que estes seus caminhos, muitas das vezes tortuosos, são na verdade, caminhos de paz, de aperfeiçoamento, de aprendizado e salvação. Que perdas atuais, servem para se aprimorar a expectativa da vitória próxima. Enfim, falamos sobre a fé – que não se aprende em academia, nem em cursos de latu ou stricto sensu e sim pela experiência de se viver, dependendo daquele que sempre soube o que é melhor para nós.

Assim, ainda que possa parecer ingrata a vida daqueles que ousam se deliciar da Palavra de Deus, a utilizando como alimento para suas almas e como padrão para suas vidas; a certeza é de que o nosso prazer é saber que estamos aqui para isso – anunciar a Boa notícia do Evangelho de Deus – a inédita esperança de que o Cristo que havia de vir já veio e vive eternamente. Ensinando-os a guardar todas as coisas que temos aprendido. E eis que Jesus estará conosco todos os dias da nossa vida, até a consumação dos séculos (Mt 28,20).

Só vitória nesse único Cristo, que nos ungiu a pregar o ano aceitável do Senhor; a consolar todos os que choram, e a por sobre os que estão de luto, uma coroa; e em vez de cinzas, óleo de alegria e vestes de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que sejam chamados carvalhos de Justiça, plantados pelo Senhor e para a sua glória (Is 61,1-3)!

sábado, 16 de maio de 2009

Perfeita ignorância

Você sabia que não pode errar? Sabia que tem que ser o primeiro da classe e que um 9,5 é muito menor do que um 10 e não necessariamente tão maior do que um 8?
Você sabia que terá sempre que estar escalado para o time de futebol do colégio e da rua? Sabia que a sua bicicleta é melhor que a do seu primo? Sabia que o colégio que você estuda está entre os 5 melhores do país e que você já falava inglês aos 10?
Você sabia que o mundo é feito de pessoas infinitamente mais ignorantes do que você, e que na verdade a grande maioria dessas nunca chegará a ser um pouco mais inteligente do que são hoje?
Sabia que não tem obrigação nenhuma de dar qualquer esmola a qualquer pessoa que lhe peça? Afinal de contas, você chegou onde chegou por puro esforço próprio, inteligência, sorte e linhagem, não foi?

Agora, você sabia que por mais idiota que todas estas descabidas assertivas acima possam parecer, existem pessoas que as acreditam como sendo verdades irrefutáveis e prática de vida?

Quanta ignorância no mundo hein Batman!?

Só vitória no Cristo que nos salva de toda ignorância, pela Palavra da verdade cravada em nossos corações...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A ventania

Ontem de madrugada ventou bastante. Tanto que deu para se ouvir o mesmo cantando, uivando; o que ilustrou bem a passagem bíblica onde se relata que Jesus acalmou a tempestade, ordenando também que o vento se calasse (Mc 4,39). Ventos que precisam se calar, são aqueles que “falam” – e o de ontem, falou com certeza.

Ventos assim assustam pessoas hoje ainda no século XXI, mesmo morando em casas com estrutura considerável, com paredes de cimento, tijolo, colunas. Imagine o que tal cantoria da natureza não provoca, no meio do mar, num barquinho sem nenhuma estrutura de segurança, muito menos sem nenhum colete de proteção?

A ventania de ontem só provocou um bate-bate geral nas portas e empoeirou mais ainda meu quarto; mas também pudera – eu não estava num barquinho em meio a uma forte tempestade. Todavia, o que isso tudo significa? Simplesmente que o que faz a diferença é a estrutura que possuímos sob nós e não o perigo em si; uma vez que calamidades, sejam elas pessoais ou não, de cunho social, espiritual, sentimental etc, ainda que numa mesma proporção, provocarão resultados mais ou menos fortes, deixaram mais ou nenhuma sequela, ainda que atingindo com a mesma intensidade pessoas distintas, dependendo exclusivamente da estrutura.

Assim que uma tempestade no meio do mar será infinitamente mais grave e sentida por pescadores num pesqueiro simples, do que por marinheiros num navio de guerra. Note: a situação de periculosidade é idêntica – uma tempestade. O diferencial está, porém, no suporte, na base, na estrutura sob nós. Não apenas física – o que é mais latente neste caso específico – mas também nas pessoas, no ambiente, em nosso subconsciente, em nossa percepção da vida.

Enfim, as tempestades e os ventos uivantes continuarão sempre a acontecer. Resta-nos saber se passaremos por eles tranquilos, na certeza de que temos Jesus no barco – e isso nos basta – ainda que ele possa parecer desatento ou dormindo – tenha certeza – é só aparência. Ou se nos desesperaremos. O que nos diferenciará será a estrutura. Onde e em que estão os nossos fundamentos?

Só vitória têm aqueles que buscam edificar a sua vida sobre a rocha que é Cristo (Mt 7,24-27).

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Que todos os teus sonhos se frustrem!

Até onde Deus pode ir para nos alcançar com seu amor? Essa é uma pergunta sem resposta. Pelo menos sem resposta imaginável ao nosso entendimento. Afinal de contas, quem é capaz de querer medir o que o Senhor pode fazer para revigorar em nós a alegria da salvação, ou até mesmo a esperança de continuar a acreditar? Palavras de confiança, deleite e paciência são as mais marcantes de toda a Bíblia. Expressões que nos fazem acreditar que Deus esteja fazendo algo, ainda que não estejamos vendo lhufas. O que Deus pode fazer por nós e a nós? O impossível. Ezequiel disse a mesma coisa de outra forma: "Senhor, tu o sabes" (Ez 37,3). Não é uma palavra de dúvida, no sentido de "Pô, seilá, tu que sabe o que é melhor" não! O que o profeta diz é "Senhor, se tu apenas desejar, nada lhe será capaz de impedir".

Desde os tempos bíblicos, os homens têm tido sua integridade provada pela capacidade de esperar e crer em Deus, ainda que nada possam enxergar. Assim, somos conduzidos a confiar no SENHOR e fazer o bem, embora existam muitos "emboras" pelo meio do caminho. Somos levados a entregar a Deus (Sl 37,3-5) a nossa vida. Entrega e confiança são sinônimos de fé, que podem ser traduzidos como o "se jogar de olhos fechados, acreditando que alguém nos segurará" - e nesse nosso caso, o "alguém" é Deus.

Ainda que não estejamos enxergando o horizonte, a diferença estará aí: no entender que o Senhor está conosco e que o melhor dele para nós, ainda que nos permita passar por muitos percalços e afrontas; que nos faça querer meter os pés pelas mãos, ou simplesmente desistir, influi muitas das vezes em aceitar o que, agora, possa parecer ruim. A derrota de hoje é, as vezes, imprescindível para a vitória de amanhã.
Minha oração, longe de ser melancólica e praguejante, defende a tese de que quanto mais sonharmos os sonhos de Deus para nós e não insistirmos em querer que Deus compactue com as aberrações do nosso imaginário, mais nos aproximaremos do melhor que nossos olhos não conseguiram ainda contemplar, nem nossos ouvidos ouvir, nem ainda subiram ao nosso coração.
Desta forma, desejo profundamente que todos os teus sonhos se frustrem, que todos os teus planos não prosperem e que a sua esperança se desvaneça; para que então aí, e somente aí, possas desfrutar cada vez mais desse amor que não se explica e que não se cansa de lutar po nós!

Só vitória têm aqueles que conseguem esperar com paciência, no Cristo que não se cansa de acreditar em nós!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Porque?

Uma campanha publicitária de um certo tênis tem me chamado muita atenção ultimamente.

Ela não é nova, mas ainda assim, sempre que a vejo, viajo - esses são os bons comerciais - aqueles que nos fazem sair do nosso lugar comum e ir.

No comercial, que começa com a indagação retórica "porque" - a questão central é crucial, bela e muito mais importante do que o tênis que se pretende vender.

Se questiona o porquê de muitos acordarem ainda de madrugada para correrem, se não há ninguém para assistir. O porquê de se esforçar ao extremo enquanto muitos ainda dormem, se não existe classificação em jogo. O porquê de trocar preciosos minutos a mais de sono por uma corridinha despretensiosa, se não existem possiblidades de se ganhar medalhas?

A sensibilidade da propaganda é simplesmente sensacional: Porque fazemos o que fazemos, ainda que não exista nada exterior que nos recompense? Porque tanto esforço, luta, dedicação, suor e alegria, se nã há disputa?

E a resposta é simples: mais vale o implícito do que o explícito. Mais vale o que ninguém vê ou entende, mas é, do que o que todos acham conhecer, saber e perceber, mas de nada serve.

Faço porque vale fazer e não porque ganho algo. A essência está no fazer e no prazer de tal ato, não no que o ato pode vir a gerar. O ato em si já é o resultado. Qualquer coisa além disso, não é o essencial. E você? Porque faz o que faz? Propósito - é essa a palavra chave da VIDA!

Só vitória no Jesus maravilhoso que nos dá propósito na vida, para que vivamos e não apenas existamos!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Muitos pensaram que era o fim...

mas foi apenas o começo!
Quando há algum tempo atrás um certo Jesus de nazaré, nasceu entre animais numa estrebaria em Belém da Judéia, a estrela do oriente já fazia questão de iluminar aquele que seria o menor-maior homem de todos.
Uma criança normal, que não usurpou ser igual a Deus, mas antes aprendeu a obedecer e em tudo foi aprendiz - engatinhou, deu os primeiros passos, caiu, chorou, cresceu.
Aos doze já ensinava o que muitos com 8o anos não haviam ainda aprendido e o que muitos jamais aprenderam. Nessa "adultoscência" já entendia que seu pai estava no céu e que aqui estava para fazer a diferença.
Mais a frente fez o melhor vinho aparecer no decorrer de uma festa de casamento; fez cegos de todos os tipos enxergarem a verdade de verdade; fez coxos andarem; mudos falarem. Transformou pescadores despretensiosos em homens poderosos em palavras; cobradores de impostos em evangelistas.
Aos pecadores deu-lhes o perdão; aos sem expectativa, deu-lhes a oportunidade inimaginável de viver; aos marginalizados: o meu reino está dentro de vós; aos adúlteros: eu não lhes condeno; aos arrogantes: eu vim para os doentes e não para os sãos.
Falou a todos quanto quiseram lhe ouvir e modificou a todos por onde passou: indiferença era um sentimento simplesmente impossível diante dele. Ou se lhe amava muito ou se lhe odiava, mas jamais Jesus passou despercebido.
Como todos sabem, decidiram então matar o homem Jesus. Decidiram, por mais curioso que possa parecer, tirar a vida daquele que é a própria vida. Ele que veio para ser luz, mas muitos preferiram ficar em trevas. Ele que por chamar a Deus de Paizinho, foi tido como blasfemador e anátema. Ele que almoçava com os pecadores e se sentava junto aos desprezados; ele que não se importava de lavar os pés dos seus discípulos, nem de não ter lugar perfeitamente acomodado para dormir; ou de ficar horas se despedindo de uma multidão de seguidores famintos por suas palavras. Ele que nunca amou menos alguém do que outro; ele que jamais deixou de oferecer vida. A ele mesmo, quiseram matar.
Foi então traído com um beijo. Foi então fantasiosamente julgado no juri mais forjado, armado e falso de toda a história. Condenado sem crime e sem apresentação de uma prova concreta sequer, sua sentença foi a cruz. A humilhação precisava ser completa e o sofrimento tamanho.
Lhe cuspiram, lhe ofenderam, lhe escarneceram. Bateram no seu rosto, deram-lhe uma coroa de espinhos. Lhe tiraram a roupa; lhe ofereceram uma pesada cruz para carregar. Lhe deram vinagre em vez de água; lhe expuseram ao ridículo e ao opróbrio. Seus amigos desapareceram; seus parentes nem próximo estavam; Maria nada pode fazer a não ser chorar. A dor era imensa, intensa, infindável.
Seu olhar na cruz, alterado pelo sangue e suor, não o impediram contudo de contemplar um dos ladrões que junto dele estava sendo crucificado. Aparentemente sem tempo e esperança de salvação para a sua própria vida, ofereceu perdão para aqueles que não sabiam o que estavam fazendo, e vida eterna para aquele ladrão que consternado com o Cristo ao seu lado se arrependeu em boa hora.
O texto bíblico vai nos detalhar ainda, que Cristo vai expirar e assim morrer na tarde de uma sexta-feira. Santa sexta-feira Batman! A escuridão assola o Gólgota; os indecisos se apavoram; os soldados romanos caem em si diante do absurdo que acabara de acontecer. Mataram o mais inocente de todos os viventes. Jesus não mais respira. Sua boca não diz mais nenhuma doce palavra. Seus olhos não perscrutam mais nenhuma alma. Acabou! Assim alguns acharam.
Mas como a morte poderia vencer aquele que é o autor da vida? A morte não podia derrotar aquele que conhece e é o próprio caminho e que é e age sempre em verdade. O desepero do possível abandono do pai; o desdém covarde de Pilatos e a fala unânime e burra daqueles que tanto quiseram sua morte, parecem sensações vencedoras somente até o terceiro dia.
Por isso, santo mesmo é o domingo seguinte e não a sexta-feira. Por isso, a cruz de cristo em qualquer lugar que se diz Igreja, tem de estar sempre vazia e não com um pedaço de gesso, madeira, bronze ou seilá o que daquilo que dizem ser o Cristo. Por isso, conforme prometido pelo próprio Jesus, Ele ressuscitou e vive para todo o sempre.
Muitos ao olharem para a cruz pensaram, uns felizes, outros mui tristes: É o fim. Todos se enganaram. Foi apenas o começo...
Só vitória no Cristo que é a ressurreição e a vida e garante que quem crê nele, ainda que esteja morto viverá! (João 11,25)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Íntegro, integral, integrado e integrador

A palavra de hoje é curta.
Ainda estou me recuperando de uma incômoda dor no dente - culpa toda minha é claro (desleixo)
Falarei sobre antropologia bíblica hoje no seminário. A idéia é comentar sobre o homem como SER. E assim, vi em algum lugar por aqui na internet, uma fala de um tal professor Dr. Cristofani, parafraseando os 4 pilares da educação, elaborados pela UNESCO, explanando que o verdadeiro homem precisa dos 4 "Is" e achei realmente sensacional. Meio americanizado e "chavanizado", mas ainda assim muito bom. Ah, as asserções após os títulos são de minha livre especulação mental...
Íntegro - Aprender a ser um verdadeiro SER. O homem de verdade não é aquele que grita, bate e intimida. Distante disso, o homem com a verdade, será aquele que conseguiu aprender a ser alguém que SENTE. Isso é integridade. Capacidade rara de ser um SER de verdade.
Integral - No sentido de "completo", não perfeito, mas que cresça em todos os sentidos e não apenas no que ache ser mais útil. Todos os sentidos são utilíssimos, até os que fazemos questão de não desenvolver e os que nem sabemos que possuímos.
Integrado - O homem com "H" maiúsculo, precisa entender que não vive sozinho. Ele faz parte de um todo, que é maior do que ele. Somos todos, querendo ou não, interdependentes de pessoas tão imperfeitas quanto nós mesmos. Carecemos da carência que tanto incomoda o alheio e que tanto nos suplanta para o bem...
Integrador - Independente da veracidade de tal palavra, a idéia é entender que o homem de verdade precisa ser alguém que aprendeu a fazer. Não basta ser, aprender e conhecer. A práxis é fundamental. É assim que o homem age como ser integrador. Existe tempo de teorizar, mas o homem que vive em verdade, sabe o tempo de agir. E age!
Só vitória no Cristo que nos ensina a crescer na Graça, mas também no conhecimento!

domingo, 10 de maio de 2009

MÃE...

MÃE

Muito
Amor
Em um só lugar...

Uma simples homenagem aquele ser que manifesta esse amor tão divino
e importante, que até Jesus Cristo teve uma.

Um grande beijo para todas as mães, de todos os filhos...


Só vitória!!!

sábado, 9 de maio de 2009

Escritor debilitado... alegria de sempre

Escritor debilitado, mas quase bom

hoje não tem como eu escrever muito. Ei, psiu! Não é falta de ânimo não, viu?

É que prefiro deixar para amanhã, com mais calma e tempo.



Estou me recuperando, mas como não tenho tempo nem de ficar doente, amanhã já estarei bom, se Deus quiser, e aí escrevo algo aqui para alguém ver, ler e quem sabe até se surpreender...



O que quero destacar é que por maior que seja a sua angústia, não deixe de acreditar - nunca!



Que bom que estamos quietinhos "na nossa" - só assim percebemos e valorizamos coisas que, agitados, não conseguimos captar nem apreciar.



Então: brigadão a todos quanto tem sido importantíssimos nessa minha debilidade momentânea: Ao meu Deus é claro, e às mortais dona Odair - minha mãe e meu amor, Angélica agê... Beijos no coração de vocês duas!!!



Só vitória no Cristo que nos tem feito acreditar que amanhã será um lindo dia da mais louca alegria que se pode imaginar!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mais um dia sensacional!

Este é mais um dia que o SENHOR nos deu de presente. Por isso, e apenas por isso, alegremo-nos e regozijemo-nos nele!

A vantagem de termos a Deus como Senhor, é justamente entendermos que qualquer dia deixa de ser um dia qualquer, justamente pela magnitude de cada único momento que Ele nos concede para apreciarmos o belo.

Esta beleza, ainda que tardiamente percebida por muitos de nós, será responsável direta por nos fazer adorá-lo, mesmo em momentos de dor, sofrimento, solidão e vazio. Situações que todos nós enfrentamos e estamos sujeitos a passar.

Todavia, quando entendemos que este dia que se chama hoje é simplesmente maravilhoso pelo fato de ser único e divinamente orientado por Deus, conseguimos ver a Graça que faz com que tudo tenha graça em nossa vida!

Assim que muitos pobres na vida são aqueles que conseguem ter apenas dinheiro.


Só vitória no Cristo que tem nos dado de presente o agora. Carpe diem!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Há tempo de perder...

É incrível como sempre criamos centenas de motivos para uma derrota. Os “ses” aparecem proliferados em nossa mente, como querendo corroborar que SE tivéssemos feito tudo justamente ao contrário do que fizemos, teríamos então nos saído bem melhores. A verdade é que pouquíssimas ou nenhuma dessas “suposições”, de fato mudariam alguma coisa.

Desta forma, tais suposições do tipo “eu poderia ter me esforçado mais; dormido mais cedo; me alimentado melhor; treinado mais intensamente; deixado de ter ido para tal lugar ou falado com tal pessoa naquela hora” etc etc servem como uma semente pronta para gerar depressões complicadíssimas, dependendo do terreno mental em que se instalem.

O que precisa ser entendido é que, mesmo que tenhamos feito tudo o que achamos que deveríamos ter feito e por algum motivo ou outro, seja desleixo, despreparo, soberba ou ignorância, existem dias em que a bola não entra, em que o goleiro salva em cima da linha; em que nossa mente se desfalece, em que não conseguimos fazer aquilo que sabemos ser o melhor. Sabemos mas não fazemos, não apenas por safadeza, mas porque existem dias em que as coisas não acontecem e assim, perdemos.

Aceitar a derrota não é o mesmo que jogar para perder ou jogar com medo, mas é entender que as vezes, mesmo que façamos o máximo, nem sempre vencemos. A recepção mental e pessoal de cada um é que determinará se ele perdeu ou quase ganhou, ainda que de forma estática sejam a mesma coisa, psicologicamente não o são.

É por isso, e apenas por isso, que alguns simplesmente se desesperam quando se sentem derrotados; ficam sem sair de casa, sem falar com ninguém, ou preferem fingir que não perderam. E outras simplesmente reconhecem que, não por culpa delas, pelo menos não exclusivamente, a derrota veio. Com ela, cabe analisar os detalhes, consertar os pequenos ou grandes erros e rir dela na nossa próxima vitória...

Só vitória, no Cristo que nos ensinou a valorizar cada momento, sejam aparentemente bons ou ruins, entendendo que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus! (Rm 8,28)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

De que vale servir a Deus?

Ao olharmos para a vida de Salomão, pelo que a Bíblia nos oferece, vemos além de um homem especial e o mais sábio de todos, três fases distintas, traduzidas pelas três obras que a tradição rabínica judaica atribuirá a ele. Na cronologia, o tão mal compreendido e sensual “Cantares” teria sido escrito pelo jovem rei; “Provérbios” viria um pouco mais tarde, tendo sido elaborado no auge de seu reinado e o assombroso “Eclesiastes” já no fim de sua vida.

Como não pretendemos analisar, aqui e agora, a historicidade da autoria desses livros, muito menos a teologia neles expostas, me conterei apenas em alguns dos versículos mais decepcionantes, tristes e pra baixo de toda a Bíblia – todos eles, tirados de Eclesiastes.

O primeiro balde de água fria vem logo no terceiro versículo. Questionará assim o sábio pregador: “Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol”? É claro que seria um verdadeiro crime exegético citar esse versículo isoladamente e fora do contexto. Assim, indicamos sempre que a leitura da perícope inteira seja feita quando não a citarmos aqui. Na conclusão deste trecho ele dirá: “Geração vai, e geração vem; mas a terra permanece para sempre”. Ou seja – trabalhamos, nos cansamos, nos “matamos”, e nada disso levamos daqui.

Para fundamentar minha teoria decepcionante, não poderia de citar apenas este verso isolado. Então, lá vai uma listagem resumida de algumas palavras verdadeiramente animadoras do sábio mais famoso de Israel:

“...todas as coisas são canseira...” (1,8)

“Aquilo que é torto não se pode endireitar...” (1,15)

“Porque na muita sabedoria há muito enfado...” (1,18)

“Resolvi no meu coração dar-me ao vinho regendo-me, contudo, pela sabedoria, e entregar-me a loucura até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias de sua vida” (2,3)

“Como acontece ao imbecil, assim acontece a mim, porque pois busquei eu mais sabedoria?” (2,15)

“Há tempo de morrer... de matar... de derrubar... de chorar... de perder... de aborrecer... de guerra...” (3,1-8 – destaquei apenas as partes decepcionantes)

“o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; como morre um, assim morre o outro... todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão” (3,19 e 20)

“pelo que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem” (4,2)

“melhor é o dia da morte do que o de nascimento; a casa onde há luto do que onde há banquete; a mágoa do que o riso; porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração" (7,1-3)

“a pequena comemoração se faz para rir, o vinho alegra a vida, e o dinheiro atende a tudo” (10,19)

A listagem acima não é exaustiva e sim seletiva, interpretativa e totalmente tendenciosa. Foi escolhida com o intuito real de destacar apenas as decepções e tristezas de um sábio, que ao olhar refletivamente para sua vida, percebe que algumas coisas nunca mudam; que outras não valem tanto a pena quanto se achou que valia; que alguns esforços são desnecessários; que alguns stress descabidos; que alguns prazeres não são tão pecaminosos quanto se imaginava; que algumas verdades, não passam de mitos e que algumas ilusões às vezes se realizam.

O motivo dessas citações, já confessado por mim, propositalmente e preguiçosamente colocadas em sua maioria destacadas do contexto real do livro do Eclesiastes, tem a intenção de apenas lembrar desse livro tão esquecido e pouquíssimas vezes lido com atenção necessária.

Temos aqui uma riqueza incomparável do relato de um sábio, que ao analisar a sua vida inteira, faz um testamento de despertamento para aqueles que viriam após ele. Temos aqui a imagem do pai que não quer que seus filhos cometam os mesmos erros; o pastor que insiste para que suas ovelhas não venham cair no mesmo buraco; o Deus que nos orienta sobre os percalços dessa vida debaixo do sol.

Mas a decepção não é descabida ou ainda total. Salomão como bom analista da vida como arte, tem uma conclusão para tudo isso. O destaque que ele faz questão de relatar é para que não venham a dizer que ele não avisou nada – ele avisou sim e muito e há muito tempo. O mal existe e com ele os dias maus também. As decepções acontecem, as perdas, as dores de cabeça e cansaço. O enfado e a fadiga de um dia estão sobre justos e injustos. Os tolos se darão bem de vez em quando, enquanto sábios aparentemente serão deixados para trás. O mundo parecerá, ainda que por instantes, ser dos espertos e não dos esforçados. A vida, às vezes, parecerá não ter sentido, gosto ou prazer. Mas entenda: existe espaço para tudo isso. Temos que entender que em nossa vida, cabe tanto a tristeza quanto a alegria; a vida quanto a morte; o prazer e o desânimo. Há sim, tempo para todas as coisas e propósitos debaixo do céu.

Contudo, a lembrança final do sábio e as palavras com que ele queria ficar sendo lembrado nos orientam a lembrar do nosso criador em quanto temos tempo (cap. 12). E finaliza com esplendor de alma: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”. Ou seja – entenda, de uma vez por todas, que ainda que não pareça (e convenhamos, as vezes realmente não parece) vale MUITO a pena, servir e temer ao SENHOR!

Só vitória no Cristo que nos tem feito fazer valer a pena cada dia!