sábado, 25 de abril de 2009

Antes mal acompanhado do que só?

A máxima popular de que é melhor ficar só do que em má companhia, utilizada para se referir a amizades variadas, mas principalmente no que tange aos relacionamentos amorosos, no intuito de defender o fato de ser melhor estar solteiro do que “preso” a alguém que seja uma companhia que nos trará mais malefícios do que benefícios, não é unanimidade; uma vez que temos visto não poucas vezes esse dilema ser enfrentado por inúmeras pessoas que respondem negativamente a premissa proverbial, a modificando para algo que poderia ser parafraseado como “prefiro estar com ele, mesmo ele não sendo tudo o que eu sou para ele, mas ainda assim porque é melhor do que estar sozinha”.

A solteirice é uma tônica pós-moderna latente em nosso século que apenas se inicia. Ainda que o número de casamentos continue bombando (entendendo casamentos aqui como a união entre duas pessoas, seja apenas juntando as escovas de dente sob um mesmo teto, ou oficializada em cartório) o número de separações têm triplicado; e ainda com o avanço da aceitabilidade da tal “produção independente” por parte de “mães solteiras” têm também contribuído para que tais índices de gente vivendo sozinho aumentem.

O enfrentamento íntimo porém, se torna mais forte quando aquilo que na verdade parece ser apenas uma decisão pessoal – decidir ficar sozinho ou se entrelaçar com outro ser – se evidencia cada vez mais como um rito de iniciação numa sociedade, que pede de seus pretendentes a participante, o cumprimento de algumas exigências que ela – a própria sociedade – determina como sendo imprescindíveis para a definição e nomenclatura de posição dentro da mesma.

Assim que, se tratando de alguns arraiás (plural inventado de arraial) até mesmo ditos evangélicos e desta forma espirituais, se você for, por exemplo, solteiro, em algum tempo começarão – os “donos da sociedade” – a questionarem e até mesmo te ajudarem no intuito de arrumar uma “benção” para você. Mas será que se preocupam em saber se você deseja ser solteiro. Note bem: ser solteiro não é ser sozinho, e não estar casado não é viver em profunda solidão. Assim como o estar casado não constitui necessariamente a garantia de uma companhia que seja boa.

Desta forma, como temos essa maravilha de personalidade única e exclusiva que Deus nos deu, que faz com que sejamos, no máximo, muito parecidos com alguém, ou tendo traços fortíssimos de tais e tais pessoas, mas nada além disso; caberá a nós apenas, decidirmos o que queremos. Tudo bem que você diga – caberá a Deus e não a mim – é um jeito espiritual de ver as coisas – não tem problema – fato é que algumas decisões apesar de divinas, passam pelas nossas mãos. E nessas decisões é que devemos analisar se é realmente melhor a aparente solidão tranquila ou a companhia muitas vezes solitária.

Casa cheia pode ser sinônimo de muita coisa, mas não é nem nunca foi garantia de companhia de verdade. Assim, ainda que para muitos seja preferível a companhia qualquer em detrimento de uma vida, entendemos que o melhor seja sempre a liberdade. Se há liberdade e ainda assim há o prazer de se estar acompanhado, ótimo. Caso contrário, terás apenas um par de pernas ao seu lado – que fique claro que gosto não se discute, ok?

Só vitória no Cristo que nos garante em sua Palavra viva que aquele que anda com o sábio, tornar-se-á um, mas ao companheiro dos insensatos está destinada apenas o vazio da maldade (Pv 13,20).

Um comentário:

  1. realmente, muitas pessoas acham que estar bem é ter muita gente ao seu redor ,que seja uma mas que vale á pena ,a abundancia nem sempre significa riqueza ,ás vezes é escssez, pois ser rico é estar em paz consigo mesmo e com Deus o que ás vezes voce não consegue na multidão

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