sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Deus o que é de Deus; a César o que é de César

Se nossa vida vem de Deus, o que temos feito dela, em relação a Ele? Que temos dado ao Senhor por todos os benefícios que nos tem feito? Se somos espirituais e carnais, precisamos alimentar não apenas nosso corpo, mas também nossa alma - todavia, se apenas fazem parte de nossa agenda lotadíssima, afazeres temporais; qual o sentido da eternidade de Deus depositada em nossos corações?

Uma pizza é realmente maravilhosa e uma boa música também, assim como o vinho até pode nos alegrar; um bom jogo, a balada ou um ótimo filme; mas e nossa alma? Como é que ele fica feliz e alimentada? Fazendo simplesmente aquilo para que ela foi criada: adorando a Deus e vivendo uma vida sem máscaras e não pela metade; tendo prazer em meditar em sua palavra e orar, não muito, mas sinceramente; não com vãs repetições, mas com verbetes que saem do coração.

As pessoas ao meu lado precisam saber (não pelo "nipe" do meu terno, pelo tamanho da minha Bíblia, pela estampa da minha gravata ou pelos adesivos de "crente" colados no meu carro) de que no meio deles existe um profeta (Ez 2,5).

Porém, da mesma fonte não pode sair água doce e salgada, pura e amarga; bênção e maldição. Assim, demos a Deus o que é Dele por direito e a César o que é de César. Saiemos, cantemos, falemos mal dos jogadores de futebol, critiquemos os políticos e escutemos MPB de qualidade. Porém, venhamos também a dar a Deus o que só a Ele pertence - a primazia: o nosso melhor tempo, nosso ser e vida; através de uma existência que reproduza com valor, cada gota de sangue derramada naquele madeiro perto de Jerusalém...

Só vitória!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Bois, esterco e realização

“Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi, há abundância de colheitas” (Pv 14,4)

Assim como a limpeza nem sempre é um sinal positivo, a sujeira nem sempre é o resultado do relaxamento e do descuido. Para se tirar o leite da vaca é quase que inevitável pisar no esterco; e por mais que seja incômoda a manutenção de bois num celeiro, sem a força dos mesmos, simplesmente não haveria colheita, ou não uma colheita abundante.

O paradoxo mais do que interessante entre realização e incômodo parece nos perseguir diariamente. De maneira frequente, situações que nos exigem esforço e que nos geram indisposição e possíveis transtornos, são também as mesmas que nos realizam. Enfim, é a história mais do que conhecida de que não há vitória sem luta, ou pelo menos, não há vitória tão emocionante, que nos realize de verdade, sem esforço e dedicação.

A escolha mais uma vez é nossa: entre a limpeza fria da ineficácia e manutenção do status quo barato e sem sal; ou andar pela estrada lodosa e enlameada, colhendo frutos de um sujo trabalho limpo e bem realizado, em meio a um monte de estercos?

Solas de sapato limpíssimas, não podem pertencer a quem tem caminhado bastante...

Só vitória!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Seja o melhor que puder

Nem sempre acordaremos tão bem dispostos
nem sempre nossos pés responderão ao comando de nosso cérebro tão rapidamente
nem sempre poderemos comer tanto sal e tanto açúcar
nem sempre comeremos tanto

nem sempre tomaremos água gelada sem camisa com a geladeira aberta
nem sempre conseguiremos correr com o nosso cachorro
nem sempre sentiremos graça em ter um cachorro
nem sempre digitaremos tão rápido e com tanta gente ao mesmo tempo
nem sempre nossa voz sairá em alto e bom tom
nem sempre teremos o que falar mesmo

nem sempre ouviremos tão bem e enxergaremos de longe
nem sempre os ônibus pararão para nós
nem sempre conseguiremos sair sozinhos
nem sempre oraremos com a mesma intensidade
nem sempre oraremos

nem sempre nossos pais estarão aqui
nem sempre nossos filhos permanecerão conosco
nem sempre estaremos por perto
nem sempre alguém estará por perto

nem sempre teremos o que escrever
nem sempre teremos a quem escrever
nem sempre sonharemos com tanta criatividade
nem sempre o nunca será tão falado e o sempre tão vivido
nem sempre teremos tanta gente como amigos

nem sempre terminaremos os livros que começamos
nem sempre lembraremos de quem hoje juramos não esquecer
nem sempre teremos tanto amor ou tanto prazer
nem sempre teremos a mesma vontade de vencer ou o medo de perder

mas mesmo que nem sempre consigamos realizar tudo o que planejarmos, completar tudo o que iniciarmos ou amar a todos que gostarmos; se pelo menos conseguirmos ser, em cada episódio inédito de nossa existência, o melhor que pudermos, já teremos sido muito bons... porque como acertadamente diz a poesia do comercial: redondo é rir da vida...

Carpe diem!

domingo, 5 de julho de 2009

Porque fazer o bem, faz bem

A frase inicial poderia tanto ser interrogativa como afirmativa. Na primeira hipótese, quereríamos saber o porquê de ser tão bom, mais ainda para aquele que o faz, do que para aquele que o recebe, o "fazer o bem"? Numa segunda alternativa, a mesma frase, sem a interrogação ao final, serve como a resposta para a primeira pergunta: Fazer o bem, faz bem, pelo simples fato de que o ato de realizar o bem ao outro, realiza o bem em nós.

O maior prazer do ser humano está diretamente relacionado à capacidade que ele tem de gerar prazer nos outros. Ou seja, está no SERVIÇO. É ele o maior bem de todos, chamado por alguns de solidariedade, entendido como compaixão por outros e traduzido da melhor forma possível pelo sentimento universal chamado de AMOR.
O prazer que sentimos na realização do serviço ao próximo é simplesmente indescritível, principalmente quando não há publicidade, quando nem nossa própria mão direita sabe o que a esquerda realizou, quando não noticiamos a visita que fizemos a doentes; quando ninguém sabe que deixamos de comprar algo para nós, porque fomos tocados de uma maneira tão intocável que fomos impelidos a ajudar. Tal prazer, estritamente divino e humano, transcendente e imanente, é que nos faz fazermos o que fazemos - é o famoso e imprescindível propósito de servir. É o amor.
O que faz com que nos emocionemos tanto, ao ponto de chorarmos, de nos arrepiarmos, de querermos ser melhores e diferentes quando assistimos a uma reportagem, ou quando vemos bem próximo de nós uma situação humilhante e deplorável; quando somos impactados pela realidade de Thiagos e Marcelos, tão diferentes dos Thiagos e Marcelos que conhecemos?
O incrivelmente sensacional e misterioso em toda essa corrente do bem, é que o mais beneficiado, abençoado, surpreendido e felizardo de toda essa empreitada, é justamente o "cara" que faz. Assim, quando acho que ajudo, faço o bem, auxilio e sou compassivo; a grande verdade é que sou eu o mais ajudado e o mais abençoado em toda essa história. Quando acho que mudo a história de Josés e Marias que moram nas ruas, mal sabem eles que é a minha própria história que está sendo mudada; radicalmente, para sempre, para melhor! Porque fazer o bem, faz bem!
Só vitória!