terça-feira, 28 de julho de 2009

Bois, esterco e realização

“Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi, há abundância de colheitas” (Pv 14,4)

Assim como a limpeza nem sempre é um sinal positivo, a sujeira nem sempre é o resultado do relaxamento e do descuido. Para se tirar o leite da vaca é quase que inevitável pisar no esterco; e por mais que seja incômoda a manutenção de bois num celeiro, sem a força dos mesmos, simplesmente não haveria colheita, ou não uma colheita abundante.

O paradoxo mais do que interessante entre realização e incômodo parece nos perseguir diariamente. De maneira frequente, situações que nos exigem esforço e que nos geram indisposição e possíveis transtornos, são também as mesmas que nos realizam. Enfim, é a história mais do que conhecida de que não há vitória sem luta, ou pelo menos, não há vitória tão emocionante, que nos realize de verdade, sem esforço e dedicação.

A escolha mais uma vez é nossa: entre a limpeza fria da ineficácia e manutenção do status quo barato e sem sal; ou andar pela estrada lodosa e enlameada, colhendo frutos de um sujo trabalho limpo e bem realizado, em meio a um monte de estercos?

Solas de sapato limpíssimas, não podem pertencer a quem tem caminhado bastante...

Só vitória!

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