quinta-feira, 23 de abril de 2009

Salve Jorge...

e também a Aparecida, a confraternização universal, Tiradentes, carnaval; o trabalho, as mães, os pais, os namorados; as crianças, Jesus, os chocolates, a cidade do Rio de Janeiro e o Zumbi; o descobrimento, a independência, a república e os professores; o funcionário público, o comércio e a consciência negra. E salve a todos os outros mais de 300 dias de alguma coisa que o nosso calendário possui, sendo que alguns são feriados e outros apenas dia de algo. Só Jesus tem três feriados “para ele”: um para sua morte, outro para o seu nascimento e ainda outro por sua ressurreição. Afinal de contas, feriado é isso mesmo – um dia ou tempo em que se suspende o trabalho, seja por ordem civil ou religiosa.

Nesse praticamente meio mês de feriados que possuímos (cerca de 15 dias no ano inteiro, em que muitos não fazem absolutamente nada) até que não sou contra não. Mesmo porque somos o país do futebol e do carnaval – ah, e também um dos mais religiosos do mundo! Nessa onda inclusive, eu sugeriria que tivéssemos também, não apenas como dia para se memorar, mas como legítimos feriados, o dia a São José dos bodes das unhas encravadas e do Bom Samaritano; do pastor fiel e do profeta; dos atabaques da umbanda e da quimbanda, dos orixás do candomblé e da unção; da leitura da Bíblia e do alcorão, dos TJs e tantos outros mil.

Bom mesmo seria se recebêssemos para não fazer absolutamente nada e se vivêssemos apenas para sermos felizes, comendo nosso pãozinho e rindo dos espetáculos circenses que vemos diariamente. Dessa maneira, teríamos mais tempo para acharmos graça da vida que nos cerca. Teríamos futebol na TV Sábado, Domingo, Terça, Quarta e Quinta. Teríamos Copa do Mundo todos os anos e até acreditaríamos que uma Copa é um evento que gera infinitas melhorias ao nosso país, assim como o Pan trouxe ao nosso Rio (hehe). Deveríamos ter também mais shows populares no dia do trabalho e também uma semana inteira de comemoração à independência, contendo vários desfiles do nosso militarismo responsável e extremamente útil, além de pronunciamentos de generais, almirantes, brigadeiros e cajuzinhos.

Ah o carnaval, deveria ser um mês inteiro para as pessoas se fantasiarem de bichas loucas, se transverterem e se transviarem. Um mês só de desfiles luxuosos lavando o dinheiro dos caça níqueis e dos jogos ecologicamente corretos. 30 dias para os prefeitos receberem políticos de outras cidades e estados em seus camarotes com modelos lindas, esbeltas e até falantes.

E o natal hein? Ah, esse também deveria ser comemorado em pelos menos quatro ou cinco dias. Um para fazermos o nosso amigo-oculto, secreto, escondido. Mais outro dia para comprarmos as frutas da nossa ceia harmoniosa. Um outro dia para visitarmos uma penca de parentes chatos (que se tornam legais nessa época) e sermos também por eles visitado. E claro, mais um dia para os especiais televisivos e as reportagens religiosas nos lembrarem sobre o cara do feriado – as igrejas nos lembrarem de que é hora de se lembrar do Cristo e não da rabanada (UAU, rabanada!!!) e acho que tá bom.

Faço porém apenas uma ressalva e conclamo aqui o surgimento de um movimento por parte daqueles que trabalham nos feriados. Declaremos pois isso, como um ato inconstitucional! Afinal, se a enciclopédia nos diz que o feriado é um momento onde se proíbe o trabalho, como podemos trabalhar nesse dia?

E lhes garanto: não estou sendo inconstitucional, pois só escrevo por puro divertimento mesmo e não por trabalho. Trabalho não! Deus me livre!!!

Só vitória!!!

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